No dia 13 de novembro de 2022, Sara Conceição Serra dos Santos, de 20 anos, desapareceu. Desde então, a polícia e a família da jovem procuram respostas para o sumiço. Nesta quinta-feira (22), a Polícia Civil divulgou que o ex-namorado da atendente de supermercado, Diogénes de Freitas Ferreira dos Santos, de 43 anos, foi preso suspeito de matá-la e esconder o corpo.
Para o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), delegado Luiz Gustavo Ximenes, os elementos levantados na investigação apontam que Sara foi morta. Agora, a polícia trabalha para encontrar o corpo da jovem e dar um conforto a família.
Sara conheceu Diogénes quando alugou uma de suas residências em Serra Dourada, na Serra. Eles começaram um relacionamento que durou três meses. Para a família, a jovem dizia que o homem era obsessivo.
“Perseguia ela no trabalho, praticava a violência psicológica. A gente tem esses fatos no inquérito policial. Ele tem essa característica de não aceitar o fim do relacionamento”, relatou o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), delegado Luiz Gustavo Ximenes.
Diógenes já responde processos no Rio de Janeiro e na Serra por perseguição a outras ex-namoradas e ameaça a própria família de Sara.
A vítima foi até a casa do suspeito no dia do desaparecimento e pretendia terminar o relacionamento.
Imagens de videomonitoramento mostraram o momento que Sara entra na casa de Diogénes, mas não sai. Já o homem, aparece saindo por três vezes, sendo a última delas, por volta das 20h do dia 13 de novembro. A polícia conseguiu o trajeto que ele fez e descobriu que o homem foi até Fundão e voltou na mesma noite.
Após a família realizar o boletim de ocorrência do desaparecimento da jovem, Diogénes foi intimidado a prestar declarações e afirmou que não saiu de casa no dia que a jovem desapareceu, versão que foi negada pelas imagens obtidas pela polícia. Além disso, ele possuía uma lesão no rosto, parecida com arranhões, e se negou a fazer corpo de delito.
Através das imagens, versões contraditórias, depoimentos e outras provas, a polícia conseguiu indiciar Diogénes por assassinato e ocultação de cadáver de Sara.
“É complexo você provar um homicídio com ocultação de cadáver, se você não reunir provas indiretas. Então a gente conseguiu indiciar em 2024 e agora ele está preso. Durante a prisão, ele pareceu totalmente sereno, não teve nenhum comportamento, foi frio”, disse o delegado.
Durante a busca e apreensão na casa de Diogénes, a polícia encontrou diversos pertences de Sara, como documentos pessoais e roupas. No celular dele, a polícia também encontrou fotos da vítima em momentos em que ela não sabia que ele estava próximo, além de outras imagens dela.
“Ele tirou cinco fotos de uma vez só de alguma reportagem da Sara desaparecida. Então você vê que o comportamento dele é obsessivo, que ele ficou vidrado realmente nessa pessoa”, explicou o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), delegado Luiz Gustavo Ximenes.
Antes de desaparecer, Sara chegou a enviar uma mensagem a irmã dizendo que iria conversar com uma pessoa e que se algo acontecesse a ela, os familiares saberiam quem foi.
“Ela falou que queria sair da residência e terminar o relacionamento, porque ele já vinha perseguindo e ela já vinha reclamando com os familiares. Essa foi a última mensagem para a irmã”, disse Luiz Gustavo Ximenes.
Ao ser preso, Diogénes se manteve em silêncio. Ele vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe, em razão do sexo feminino e ocultação de cadáver.
A reportagem tenta localizar a defesa de Diogénes. O espaço segue aberto para manifestações.
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