A Polícia Civil do Espírito Santo realizou uma operação contra a divulgação de vídeos e documentos, na plataforma virtual YouTube, que ensinavam os usuários a fabricar armas caseiras. "ARMAS.COM", como a ação policial foi chamada, também tinha como objetivo desarticular o tráfico desses artefatos.
Mais de mil vídeos, totalizando 110 milhões de visualizações em canais que somavam 843 mil inscritos, foram identificados e removidos após a atuação da PC. Além disso, possíveis fábricas clandestinas foram identificadas em mais de 10 Estados.
O órgão responsável pelas investigações foi a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), comandada pelo delegado Daniel Belchior.
As investigações começaram após um suspeito ser localizado, em dezembro de 2023, durante a operação 'Legado Armeria', e ter admitido a fabricação de armas por meio desses vídeos. A partir disso, segundo a PC, pôde contribuir para a produção de cerca de 200 artefatos clandestinos.
"Identificamos diversos canais que divulgaram, comercializaram, disponibilizavam contato para ensinar a fabricar e comercializar armas de fogo. Com as medidas judiciais, conseguimos a exclusão desses vídeos. Foram mais de mil vídeos", destacou o delegado.
Em coletiva de imprensa nesta quinta (18), Daniel Belchior explicou ainda que os canais não são do Espírito Santo, mas, sim, de outros Estados brasileiros. Também não foram repassados quantos dos consumidores desse tipo de conteúdo eram capixabas, mas a corporação reforçou que teve papel importante na retirada dos vídeos da plataforma.
Onde alguns dos responsáveis pelos canais atuam:
"Esse conteúdo estava propagando a prática de crimes, e contribuía efetivamente para os índices de criminalidade violenta, como homicídio, roubo", ressaltou o titular da Desarme.
Segundo o delegado-geral da corporação, José Darcy Arruda, os vídeos podiam ser consumidos por pessoas de todas as idades – inclusive crianças e adolescentes. A Polícia Civil também pontuou a dificuldade que enfrentou para que o YouTube derrubasse os canais, o que só foi possível após a expedição de medidas judiciais.
A Gazeta tenta contato com o YouTube para comentar sobre a retirada dos vídeos da plataforma. Se houver retorno, este texto será atualizado.
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