Familiares da artesã Rosineide Dorneles Mendes, de 50 anos, da Serra, contaram que ela passou mal e morreu após ingerir um óleo de semente de abóbora, que foi comprado pela internet. A Polícia Civil investiga o caso.
A morte foi registrada na noite da última segunda-feira (15), mas a artesã estava internada desde o final de janeiro. O marido de Rosineide, o cozinheiro Willis Pena de Oliveira, de 50 anos, também ingeriu o produto, passou mal e continua hospitalizado em estado grave, no Hospital Dório Silva. O filho do casal registrou um boletim de ocorrência sobre o caso no dia 25 de janeiro, na 11ª Delegacia de Polícia, em Jacaraípe, na Serra.
O produto, segundo a família, foi comprado em um portal de comércio eletrônico. O anúncio no site diz que o óleo "ajuda na formação de hormônios" , "combate problemas degenerativos, melhora a saúde cardiovascular e ajuda a controlar o colesterol".
O óleo passou a ser ingerido diariamente pelo casal. Entre uma e duas semanas depois do início do consumo, os dois começaram a sentir sintomas como dores abdominais, vômitos e mal estar. Após procurarem ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Willis e Rosineide foram encaminhados ao Hospital Dório Silva em estado grave.
"No dia da internação, o filho contou para o médico sobre o uso do óleo e o profissional o orientou a procurar com urgência a Polícia Civil para fazer Boletim de Ocorrência e para que o oléo fosse para laboratório, para que assim pudessem logo encontrar um antídoto e tentar reverter o quadro grave do casal. Mas não tivemos resposta sobre o resultado do material", relata uma familiar que pediu para não ser identificada.
Rosineide morava com o marido no bairro Feu Rosa. Ela foi enterrada na manhã desta quarta-feira (17), em um cemitério da Serra. Já Willis continua internado em estado grave no Hospital Dório Silva. O casal tem um filho de 20 anos.
"O médico já nos alertou que a situação de Willis também é muito delicada. O filho deles está desesperado. Não dorme direito, não se alimenta. É uma situação muito complicada, que abala a família toda e que ainda está sem respostas", desabafou a familiar.
A Polícia Civil informou que um inquérito policial foi instaurado no 11º Distrito Policial. Com o óbito de uma das vítimas, o caso passará a ser investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que dará continuidade às diligências. Outras informações não serão repassadas, segundo a Polícia, para que a apuração dos fatos seja preservada.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para realização de exame cadavérico, que apontará a causa da morte.
A empresa responsável pelo produto também foi acionada, mas não se posicionou.
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