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Polícia do ES prende suspeito de aplicar golpes envolvendo ações bilionárias

Polícia do ES prende suspeito de aplicar golpes envolvendo ações bilionárias

Um homem de 42 anos que se passava por advogado falsificava documentos de ações bilionárias já arquivadas para convencer as pessoas a entrarem com processos. Mais de 500 pessoas podem ter sido lesadas

Publicado em 16 de abril de 2020 às 14:46

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Delegacia de Segurança Patrimonial fica no bairro Bonfim, em Vitória
Delegacia de Segurança Patrimonial fica no bairro Bonfim, em Vitória. (Divulgação | Polícia Civil)

Polícia Civil prendeu em flagrante um estelionatário de 42 anos pela prática de golpes envolvendo ações judiciais bilionárias. O homem se passava por advogado e também por representante de outra advogada para enganar pessoas e também grandes empresas da Grande Vitória.  As informações foram passadas pela polícia em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (16).

O homem é de Minas Gerais e estava hospedado em um hotel, em Jacaraípe, na Serra. Ele foi detido na manhã da última terça-feira (14), em frente ao local, já que a administração do hotel não estava permitindo aglomeração de pessoas em razão da pandemia de coronavírus. Dessa forma, ressaltou a delegada Rhaiana Bremenkamp, que chefiou as investigações, o suspeito atuava reunindo pessoas fora do espaço físico do hotel para as reuniões.

Segundo as investigações da Polícia Civil, o criminoso – que foi detido em flagrante – dizia que às vítimas que elas poderiam participar de ações coletivas contra as respectivas empresas, inclusive de causas já ganhas na Justiça ao preço de R$ 100 reais para ingressar com a ação. No discurso para convencer as pessoas, o falso advogado dizia que os ganhos poderiam chegar até a R$ 300 mil.

A titular da Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), Rhaiana Bremenkamp, explicou que somente nas últimas semanas, o estelionatário lesou cerca de 500 pessoas.

"Recebemos uma denúncia anônima informando que esse homem investigado andava reunindo muitas pessoas, sendo que cada encontra desse contava com cerca de 150 pessoas. Tudo indica que ele vinha agindo desde julho do ano passado. Ele incluía dados falsos às ações já existentes após conseguir cópias desses processos, falsificava algumas partes e tentava iludir as vítimas, fazendo com que acreditassem se tratar de ações bilionárias, já ganhas, mas os processos ainda se encontravam ativos, quando, na verdade, estes já estavam extintos e arquivados. Ele fazia as pessoas acreditarem nisso e, em contrapartida, exigia um valor", disse a delegada.

A delegada Rhaiana Bremenkamp contou que, por não ser advogado, o estelionatário acessava processos antigos, pois não tinha como entrar com novas ações na Justiça. No ato da prisão, o homem disse ser representante de outra advogada na tentativa de se defender das acusações. Esta profissional, afirmou a delegada, entrou em contato com a delegacia e negou qualquer envolvimento.

"Basicamente ele prometia entrar com a ação, não entrava e se justificava dizendo que por conta da pandemia do coronavírus, o funcionamento da Justiça não estava normalizado, sendo que assim que fosse normalizado ele daria prosseguimento aos processos", complementou a titular da DRCCP.

Informalmente, o estelionatário confessou à polícia que chegou a ganhar cerca de R$ 50 mil reais aplicando golpes dessa modalidade.

GOLPES NO INTERIOR

Antes de agir na Grande Vitória, o estelionatário também atuou no interior do Estado. Nas investigações, a Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio localizou um boletim de ocorrência feito em Colatina, no Noroeste do Estado, no mês de setembro de 2019. A polícia também encontrou documentos que indicavam que o homem já atuava pelo menos desde o mês de julho do mesmo ano.

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Por fim, a delegada orientou as pessoas a desconfiarem de promessas de ganhos exorbitantes com processos judiciais e também a consultar as eventuais ações no site do Tribunal de Justiça, além de procurar a polícia.

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