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Polícia do ES prevê apreensão de R$ 1 bilhão de grupos criminosos

Polícia do ES prevê apreensão de R$ 1 bilhão de grupos criminosos

A informação foi repassada pelo delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31), onde foi apresentado os resultados da operação Conexão Perdida

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 16:29

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O Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT) deve fazer em um ano a apreensão de pelo menos R$ 1 bilhão de grupos criminosos. A informação foi repassada pelo delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31).

A corporação apresentou os resultados da Operação Conexão Perdida, realizada na última quarta-feira (29), no Estado e no Rio de Janeiro. 11 pessoas foram presas e dois suspeitos morreram durante confronto com a polícia.

A operação teve como objetivo combater a organização criminosa denominada “Terceiro Comando Puro (TCP)". Segundo as investigações, os líderes da organização criminosa no Espírito Santo passaram a ter como fonte principal de renda a extorsão de empresários de provedores de internet e de serviços de gás e água, sendo que essas empresas só poderiam atuar em áreas dominadas pela facção mediante pagamento de mensalidade.

As investigações que culminaram na operação foi realizada pelo CIAT.

“Nós fechamos uma grade de operações chamada ‘Operações Sicários’ com a prisão do líder do PCV, que é o Marujo. Temos também o Luan Vera, que é do TCP, e agora nós avançamos para a segunda fase desse Centro de Inteligência Analítica, a lavagem de capitais e recuperação de ativos”, explicou o delegado-geral.

Para receber os valores ilícitos, os criminosos utilizavam diversas contas bancárias, inclusive de uma lotérica e uma espécie de "banco paralelo" (instituição financeira irregular), que funcionava dentro do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Aspas de citação

A previsão da Polícia Civil é em um ano com esse trabalho arrecadar em média quase R$ 1 bilhão. Vamos agora invadir o produto interno bruto criminoso dessas quadrilhas, vamos agora reverter todo esse dinheiro para o Estado e para a Polícia Civil

José Darcy Arruda
Delegado-geral da Polícia Civil
Aspas de citação

'Irmão Vera' foragido é alvo de operação e tem cunhada presa

Um dos alvos da operação Conexão Perdida era Bruno Gomes Faria, conhecido como "Nono", um dos conhecidos "Irmãos Vera" e uma das lideranças da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

Durante a operação, a Polícia Civil prendeu a cunhada de Bruno, Emily Maria Barros Almeida, de 27 anos, esposa do traficante Luan Gomes Faria, outro 'Irmão Vera' que está preso. Ela foi presa no bairro Itararé, em Vitória, e que integrava o esquema recebendo pedágio pago pelos comerciantes na própria conta bancária.

Depois, conforme as investigações, a mulher enviava o dinheiro a um banco clandestino montado pela quadrilha no Rio de Janeiro, onde o valor era sacado em espécie. Em apenas um ano, a movimentação com as extorsões foi de R$ 43 milhões.

“Foram 11 presos, dois óbitos em confronto. Sete fuzileiros apreendidos, três pistolas, duas espingardas, 15 veículos roubados recuperados. Para a gente, talvez, o mais importante tenha os alvos da lavagem de dinheiro. As provas que colhemos. Somente no banco paralelo, haviam mais de 10 celulares, várias máquinas de cartões de crédito, tinha contabilidade, anotações que mostravam todo o esquema de lavagem de dinheiro. Esse material é importante para a gente”, afirmou o Subsecretário de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), Romualdo Gianordolli Neto.

Extorsão a empresários e comerciantes

A operação é resultado de uma investigação sobre um esquema de extorsão a empresários e comerciantes, que eram coagidos a pagar quantias elevadas para continuar operando em comunidades controladas pelo tráfico. Segundo apuração da colunista de A Gazeta Vilmara Fernandes, Nono e o também foragido Marcos Luiz Pereira Junior, conhecido como MK, coordenavam as extorsões à distância, do Rio de Janeiro.

Os "Irmãos Vera" são ''Nono", que está foragido, e Luan Gomes Faria, o Kamu, e Gabriel Gomes Faria, o Buti, que estão presos. Eles são conhecidos assim em referência ao nome da mãe deles. Os três chefiam a facção, que atua na Grande Vitória, mas tem sede nas regiões de Itararé, Cruzamento, Conquista e Tabuazeiro, na Capital. Kamu e Buti foram presos no final de 2023. Segundo as investigações, isso não foi suficiente para impedir o ataque a empresários e comerciantes.

Bruno é condenado a 69 anos de prisão por um assassinato e três tentativas de homicídio. Segundo as investigações da polícia, ele e MK estão escondidos no Rio de Janeiro.

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