Após quatro meses, a Polícia Civil de Bom Jesus do Norte, no Sul do Espírito Santo, continua investigando o caso de uma mulher, de 31 anos, que morreu após tentar fazer um aborto clandestino. O fato aconteceu no dia 02 de maio e, na época, uma suspeita de ter feito o procedimento ilegal foi presa pelo crime. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), mas foi devolvido à polícia para um aprofundamento da investigação.
A vítima, estava grávida de dois meses e pagou R$ 800 para uma mulher, de 48 anos, realizar o aborto. Durante o procedimento a gestante não resistiu e morreu.
Segundo o delegado Sandro Zanon, o inquérito da Polícia Civil foi concluído e a mulher suspeita de ter feito o procedimento, que confessou ter participado do procedimento clandestino, foi indiciada por aborto praticado em terceiros com consentimento. O caso foi encaminhado ao MPES, mas foi remetido novamente à polícia para novas diligências.
Estamos aguardando a vistoria do celular da vítima e da autora para verificar se de fato foi um caso isolado ou se ela já vinha fazendo esse comportamento, essa atividade, com outras pessoas. Essa análise é feita pela perícia técnica em Vitória e aguardamos os laudos, revela o delegado.
O prazo para devolver o processo novamente ao MPES é de 30 dias e o período pode ser prorrogado, caso a perícia não fique pronta. A mulher presa pelo crime foi encaminhada ao Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim, mas por conta da pandemia do novo coronavírus conseguiu liberdade e responde em prisão domiciliar.
O namorado da vítima, de 36 anos, contou que a gestante estava grávida de dois meses e que, uma semana antes do aborto, contratou uma mulher para realizar o procedimento, porém ela não conseguiu concluir o trabalho. Na semana seguinte, a mesma mulher retornou para continuar o procedimento abortivo.
Com pressa, a suspeita de ter feito o procedimento fugiu da casa da gestante e voltou, com apoio de uma ambulância. Um médico plantonista atestou que a vítima faleceu por conta de um infarto. Aos militares, a mulher acabou confessando que estava realizando o processo abortivo.
A gestante tinha um filho 13 anos, mas não desejava o bebê, pois, segundo o namorado, em depoimento a polícia, a criança seria um empecilho para a vida dela. O homem teria dito ainda que tentou mudar a opinião da namorada, mas não teve jeito. Vítima e suspeita eram faxineiras. As duas se conheciam porque trabalharam juntas e trocaram telefones para dividir informações sobre oportunidades de trabalho na cidade.
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