A Polícia Civil realizou uma perícia, na tarde desta segunda-feira (13), na casa da professora Regiane da Silva Pereira, que foi encontrada morta às margens da BR 101, em São Mateus, no último dia 6. O trabalho policial começou às 15 horas e demorou cerca de uma hora. A vítima morava no local, que fica no bairro Lago dos Cisnes, com seu marido, Paulo Sérgio de Oliveira. Ele está preso temporariamente acusado pelo crime.
A perícia faz parte das investigações feitas pela PC para elucidar o assassinato da professora. Um perito saiu da casa com uma bolsa feminina. Segundo o delegado José Eustáquio Mendes Júnior, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de São Mateus, oito testemunhas já prestaram depoimento e outras pessoas ainda serão ouvidas. Além disso, ele informou que já tem provas suficientes para incriminar Oliveira. O laudo cadavérico de Regiane deve ficar pronto em 20 dias.
O carro do suspeito foi apreendido pela Polícia Civil e está no pátio da 18ª Delegacia Regional de São Mateus. A previsão era que o veículo passasse por uma perícia na tarde desta segunda-feira.
PRISÃO PARA EVITAR FUGA
O delegado ainda revelou que o marido da professora estava pronto para fugir. Por isso, inicialmente ele foi preso por atraso de pagamento de pensão alimentícia. Isso deu mais tempo para os investigadores conseguirem provas contra o suspeito até a Justiça conceder a prisão temporária por 30 dias, já em relação à morte de Regiane. É possível a prorrogação para mais 30 dias de detenção se a PC achar necessário.
Ainda de acordo com Mendes Júnior, Oliveira foi trabalhar normalmente no dia 6, quando o corpo da vítima foi encontrado. Ela havia desaparecido no dia anterior, um domingo, mas o marido só procurou a polícia para informar o sumiço da esposa perto do horário que o corpo foi localizado, o que aconteceu por volta de 16 horas do dia 6.
IDA À IGREJA
Na ocasião, ele alegou à Polícia Militar que havia deixado Regiane em uma igreja no bairro Ideal, por volta de 18 horas, e ela teria dito que não era preciso buscá-la, pois iria à pizzaria com uma amiga. Em entrevista para a TV Gazeta Norte durante o enterro da professora, no dia 7, a irmã dela, Rosimar da Silva, contestou a versão do cunhado.
O pastor falou que ela não foi ao culto. Tem uma lista de chamada da igreja e não tem o nome dela. Nas câmeras de vigilância da rua, ela não aparece na esquina onde dizem que ela foi deixada, explicou.
Uma perícia preliminar no local onde o corpo foi encontrado apontou que Regiane morreu estrangulada. Rosimar disse que foi informada que sua irmã teve o pescoço quebrado pelo assassino.
Quebraram o pescoço dela e, segundo ele, foi uma pessoa muito forte que fez isso porque minha irmã tinha um porte bem forte e uma pessoa fraca jamais teria conseguido, ressaltou.
O velório da vítima aconteceu na tarde do dia 7 e durou menos de duas horas. Ela foi enterrada no cemitério do bairro Aviação. Parentes e amigos de Regiane estiveram no local e ficaram bastante emocionados, inclusive seu marido.
ACUSADO NEGA CRIME
O delegado contou que Oliveira nega o tempo todo que tenha assassinado a esposa. O casal estava junto há oito anos e há cerca de um ano Regiane tentava se separar, mas o marido não aceitava. Juntos, eles têm uma filha de 4 anos, que foi adotada com 15 dias de vida. A criança está sob cuidados da avó materna.
A irmã da professora disse que a sobrinha sente falta da mãe. A gente espera sinceramente que a Justiça investigue, que procure, porque ela deixou uma menina de 4 anos que era a vida dela, o sonho dela, e que está chamando pela mãe a todo momento. Como creio em Deus, eu acredito que o culpado vai ser preso e punido, destacou Rosimar.
POLÍCIA CIVIL
Em nota, a Polícia Civil informou que Oliveira foi preso na quinta-feira (09) em cumprimento de um mandado de prisão por não pagamento de pensão alimentícia, em São Mateus, e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) do município. Na tarde desta sexta-feira (10), foi expedido o mandado de prisão temporária contra ele, por suspeita do homicídio da esposa. O mandado de prisão é pelo crime de feminicídio e ele segue detido no presídio, diz a nota.
Além disso, a PC disse que outras informações não serão passadas, no momento, para não atrapalhar o andamento das investigações.
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