Um treinador de futebol de Vila Velha investigado por abuso sexual após ser denunciado por um aluno foi indiciado pelo estupro de vulnerável do adolescente de 14 anos após conclusão da apuração do caso nesta quinta-feira (23). A informação foi divulgada em coletiva de imprensa da Polícia Civil — que também informou que o local em que os jovens treinavam não era registrado pela federação responsável.
O adolescente é de outro Estado e estava no Espírito Santo para ser treinado pelo homem de 47 anos. A vítima contou aos policiais que, após tomar um açaí a convite do profissional no último sábado (18), se lembra apenas de ter acordado só de cueca e com dores na casa do suspeito na manhã do dia seguinte.
"O adolescente informou à polícia que apagou por volta de 22h (de sábado) e acordou às 7h do outro dia. Viu que estava de cueca e sentiu dores nas partes íntimas. Estava muito tonto e o treinador o levou para o alojamento, onde outros adolescentes constataram que ele estava com tontura e precisaram lhe dar banho e comida. Enquanto ia para o alojamento, ele disse que foi ameaçado para não falar sobre o caso", detalhou Diego Bermond, delegado adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
O treinador de futebol, que não teve o nome divulgado pela polícia, já tem um histórico de investigação registrado em janeiro de 2019 por um caso semelhante, em que teria abusado de um menor de idade em Goiânia, com um modus operandi parecido.
"O suspeito tem site e redes sociais para receber os adolescentes e organizar os treinamentos. O menino foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML). O toxicológico ainda não saiu, mas o laudo de coito anal deu negativo. Muitas vezes acaba não gerando lesões", disse.
Ainda na coletiva, o delegado informou que a vítima narrou os fatos para os amigos, que acionaram um adulto de confiança. O Conselho Tutelar foi chamado. O sócio do treinador, que também não teve a identidade revelada, também ajudava a cuidar dos adolescentes. "O treinador foi indiciado por estupro de vulnerável, mas ainda não representaram pela prisão dele", concluiu.
Em relação ao crime que aconteceu em 2019, a polícia afirma que existem diligências em andamento, mas que fogem à alçada da delegacia. Ainda assim, o delegado afirmou que a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) vai dar uma atenção maior ao caso.
Já sobre o acontecimento atual, o treinador alega que o adolescente afirmou que estava com dor de cabeça e que sugeriu que o jovem fosse à sua casa tomar remédio, mas afirma que o próprio menor teria se confundido e tomado remédio controlado.
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