Após denúncias de que um escritório de advocacia estava recolhendo documentos e informações pessoais de moradores de Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo, com a promessa de indenização por danos causados pela lama de rejeitos de minério no Rio Doce, um advogado e outras três pessoas foram encaminhadas para a Delegacia Regional de Colatina, na tarde da última terça-feira (12).
O escritório fica no Centro de Marilândia e foi identificado e localizado durante uma fiscalização, que contou com equipes da prefeitura, da Polícia Militar e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES). Quando os envolvidos na ação chegaram ao local, se depararam com uma fila grande de pessoas do lado de fora esperando atendimento, e também moradores na sala, que não tinha nenhuma placa de identificação. O advogado estava acompanhado dos três indivíduos, que disseram ser da Associação de Pescadores de Linhares.
A OAB-ES informou que acredita que o grupo estava agindo já há duas semanas na cidade. Segundo a ordem, os suspeitos diziam aos moradores que poderiam fazer o cadastro para entrar com uma ação contra a Samarco, devido à lama que atingiu o Rio Doce em 2015, após a tragédia de Mariana. Apesar de ser cortada pelo rio, a cidade não é abastecida com a água dele. No entanto, nos documentos, consta que os moradores eram pescadores.
A entidade acredita que cerca de 200 pessoas entregaram documentos para o grupo. A orientação dada para a população é de não entregar documentos pessoais a pessoas desconhecidas, porque elas podem utilizar dados para abrir contas bancárias, pedir empréstimos, entre outras situações.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou, por nota, que os quatro conduzidos à Delegacia Regional de Colatina foram ouvidos e liberados após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento. O caso seguirá sob investigação.
A Associação de Pescadores informou para a TV Gazeta Noroeste que não reconhece o caso de Marilândia.
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