Áudios obtidos pela Polícia Civil mostram que a advogada Sara Frinhani Rocha teria ameaçado o ex-namorado Alexandre Heite Nascimento e atraído o homem até o local onde ele foi morto a facadas em Sooretama, no Norte do Espírito Santo. Ela foi presa nesta segunda-feira (14) e é investigada por tramar a morte do ex — que foi assassinado a facadas após uma briga com o atual namorado dela. O delegado Fabrício Lucindo disse que a voz da mulher foi reconhecida pela família da vítima. A reportagem de A Gazeta teve acesso ao conteúdo que mostra as supostas ameaças e provocações da mulher.
"Eu vou rancar (sic) seu coração vivo, te rasgar no meio", disse a mulher em um dos áudios. "Quando você chegar no trevo do Córrego do Alegre você diz: cheguei. Se você não 'vim', você vai ter muito caixão na sua vida", prosseguiu. Ouça os áudios
O delegado disse que a vítima recebeu os áudios da advogada e mandou para amigos antes de morrer. Lucindo explicou que o material e celulares passarão por perícia. De acordo com informações do delegado, a advogada negou envolvimento na morte do ex, mas os áudios apontam que ela atraiu a vítima para o local do crime.
Além da advogada, o atual namorado da advogada, identificado como Paulo Henrique Lourete, também chegou a ser preso. O homicídio teria ocorrido após uma discussão entre os dois homens em Córrego Alegre, interior do município. Alexandre morreu com seis facadas.
No final da tarde desta segunda-feira (14), a Justiça do Espírito Santo concedeu liberdade provisória para a advogada e seu namorado.
Em sua decisão, que colocou o casal em liberdade, o juiz André Bijos Dadalto sustentou que na versão dos suspeitos a briga foi causada pelo ex e que a advogada não participou do crime e seu namorado agiu em legítima defesa após ser agredido. O magistrado ainda pontuou que Sara tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado.
"Extrai-se dos autos que na versão dos autuados teria ocorrido uma briga provocada pela vítima, de modo que a autuada Sara, além de negar ter praticado os atos materiais contra a vítima, informa que o autuado Paulo agiu em legítima defesa à injusta agressão que teria sofrido pela vítima, inclusive com o autuado Paulo tendo sido lesionado pela vítima. Conforme consta que pelos documentos acostados pela defesa da autuada Sara, a referida autuada inclusive tinha medida protetiva em face da vítima", cita a decisão.
"Denoto que ambos os autuados possuem bons antecedentes (sequer respondem a outras ações penais), residência fixa e trabalho lícito, de modo que mostra-se mais proporcional, no presente caso, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão", afirmou o juiz na decisão.
A advogada Sara Frinhani Rocha e o atual namorado, identificado como Paulo Henrique Lourete, foram presos na manhã desta segunda-feira (14) em Linhares, no Norte do Espírito Santo, após uma briga que resultou na morte do ex-namorado da mulher. Segundo o delegado Fabrício Lucindo, o homicídio teria ocorrido após uma discussão entre os dois homens em Córrego Alegre, Sooretama. A investigação da Polícia Civil aponta que a mulher atraiu a vítima para o local do crime.
A Polícia Militar afirmou que no início da manhã desta segunda o homem foi encontrado morto, vítima dos golpes de arma branca, na localidade de Córrego Alegre, interior de Sooretama. No local foi constatado que o outro homem, que é o atual namorado da advogada, também havia sido esfaqueado. Ele foi socorrido e levado ao hospital, onde segue internado sob escolta. Ainda segundo a PM, a advogada foi detida no local e encaminhada à 16ª Delegacia Regional de Linhares.
A Polícia Civil informou que a advogada e o namorado, que está no hospital, foram autuados em flagrante pelo crime de homicídio.
Em conversa com a reportagem da TV Gazeta Norte, o delegado Fabrício Lucindo disse que a vítima e a advogada têm diversas ocorrências na polícia relacionadas à Lei Maria da Penha, agressão e ameaças. "A gente está enfrentando esse problema desde o ano passado e hoje aconteceu esse crime", afirmou.
Segundo o delegado Fabrício Lucindo, a advogada prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (14) e negou participação no crime. "Ela contou que ouviu a confusão e foi para o local para tentar apartar, e presenciou a vítima morta e o atual namorado ferido, então o levou para o atendimento", relatou.
Ainda segundo o delegado, mesmo com a negativa da advogada, a polícia possui elementos que mostram que ela atraiu a vítima até o município, provocando o desentendimento entre os dois homens.
A reportagem de A Gazeta procurou a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo(OAB-ES). Por meio de nota, "a OAB-ES informa que está acompanhando o caso para tomar as providências cabíveis, observando o Código de Ética, Disciplina e as prerrogativas da advocacia".
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