A Polícia Civil de Linhares, no Norte do Estado, investiga um caso de difamação e injúria contra alunos, pais e professores em uma escola estadual de Ensino Médio localizada na cidade. O crime é praticado por um perfil em uma rede social, que faz postagens ofensivas às vítimas. O nome da instituição não será divulgado para preservar a identidade dos envolvidos.
Em uma das publicações divulgadas pelo perfil, o autor faz uma comparação de um aluno com o personagem "Cascão", da Turma da Mônica. Em outra, ele expõe uma mensagem de apoio à homofobia.
Em entrevista ao repórter Cristian Miranda, da TV Gazeta Norte, uma mãe, que não quis ser identificada, disse que a filha de 17 anos vem sendo difamada pelo perfil. Segundo ela, após as exposições, a adolescente não quer mais ir para a escola.
A mãe, que já registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Linhares, informou que toda a escola está se mobilizando para descobrir que é o autor do perfil. Pais, alunos e professores desejam que medidas cabíveis possam ser tomadas.
De acordo com a psicopedagoga Valéria Fiorot, a exposição praticada pelo perfil pode provocar transtornos mentais na vida do indivíduo, como o estresse pós-traumático.
"A criança e o adolescente que vive o bullying tem a sua identidade comprometida. Essa ferida na identidade é um gatilho para disparar transtornos psiquiátricos, que podem acompanhar o sujeito pelo resto da vida. É uma ação de violência emocional e psicológica", explicou a especialista.
Em entrevista à reportagem da TV Gazeta Norte, o titular da Delegacia Regional de Linhares, delegado Fabrício Lucindo, orientou que as pessoas que foram vítimas do perfil procurem a delegacia para fazer uma ocorrência, prestar esclarecimentos e representar criminalmente contra o autor das publicações.
Ainda segundo o delegado, a equipe está fazendo um levantamento necessário para descobrir quem é o autor das postagens. "Se for adolescente, responderá junto à Vara da Infância e da Juventude de Linhares. Se for adulto, vai responder junto ao Juizado Especial Criminal", acrescentou.
A Superintendência Regional de Educação de Linhares informou à reportagem da TV Gazeta Norte que monitora o caso. Já a escola comunicou, em nota, que acionou os pais, as equipes da ação psicossocial e uma orientação interativa escolar, além da patrulha escolar.
A escola também foi orientada a registrar boletim de ocorrência e informou que aguarda a apuração do caso.
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