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Polícia investiga causa da morte de jovem de Marilândia achada enterrada

Polícia investiga causa da morte de jovem de Marilândia achada enterrada

Suspeito afirma que jovem teria passado mal e tido uma morte súbita, mas provas já obtidas pela polícia não vão de acordo com a versão dada por ele

Publicado em 12 de abril de 2024 às 13:13

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Suspeito foi preso na noite de quinta-feira em Ecoporanga
Suspeito foi preso na noite de quinta-feira em Ecoporanga . (Montagem: Divulgação/PCES e Reprodução/Redes Sociais)

Polícia Civil investiga a morte de Thamyris Alexandra Virgulino Pascoal, de 18 anos, que teve o corpo encontrado na manhã desta sexta-feira (12), enterrado em uma área de mata na zona rural de Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo. A jovem estava desaparecida desde a madrugada da última terça (9). Ivanildo Pereira da Silva, de 35 anos, foi preso tentando fugir em Ecoporanga e confessou em depoimento na Delegacia Regional de Barra de São Francisco que enterrou o corpo da jovem.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ávila, após as primeiras investigações, com relatos de testemunhas, imagens de videomonitoramento e outras provas, o homem foi até a Delegacia de Marilândia, onde foi ouvido. Como não estava em estado de flagrante, ele foi liberado. No depoimento, o suspeito disse que teria ido até o Centro de Marilândia buscar a jovem e que ela teria passado mal e tido uma morte súbita.

“O suspeito alega que ela teria sido convidada por ele para um passeio. Disse que ele teria buscado essa menina durante a madrugada no centro de Marilândia. E a partir daí, ela teria feito uso de drogas em excesso. Ao chegar na casa dele, ela teria tido uma overdose, passado mal e teria tido uma morte súbita. Ele relata que teria tentado reanimar essa moça, mas não foi possível, então ele tomou a decisão de se livrar do corpo e ocultar o cadáver”, disse o delegado em coletiva de imprensa no final da manhã desta sexta-feira (12).

Porém, Ávila diz que a versão está sendo confrontada com outras provas obtidas e o exame toxicológico, já que um vídeo mostra a jovem momentos antes. “É uma versão que não se coaduna com os demais elementos que a gente tem em relação a esse crime, porque nós temos uma imagem da moça momentos antes, ela estava andando, ela não estava com atitude compatível de quem teria uma overdose logo em seguida", explicou o delegado.

Aspas de citação

Essa versão não está descartada, mas precisa ser confrontada com as demais provas que nós colhemos, principalmente com os exames toxicológicos que vão ser realizados no cadáver dessa moça

Leonardo Ávila
Delegado
Aspas de citação

O que causou a morte de fato vai continuar sendo investigado. “Nós vamos depender de outros elementos que vão ser incorporados à investigação no decorrer do trabalho da polícia. O trabalho da perícia, o trabalho do Serviço Médico Legal, vai contribuir bastante, a gente acredita, para que a gente possa esclarecer maiores detalhes a respeito desse crime”, comentou Ávila.

Enterrada em lugar de difícil acesso

A partir das informações obtidas pela confissão do suspeito, Ivanildo informou onde enterrou o corpo de Thamyris, que estava em uma área de mata fechada na zona rural de Marilândia. Por conta da chuva e a lama na estrada, o local se provou de difícil acesso.

“Após a prisão dele, ele resolveu colaborar com a investigação e informou que iria mostrar a localização desse cadáver. Então, a polícia civil, em conjunto com a polícia militar, compareceu ao local de muito difícil acesso, uma área de mata fechada. Nós tivemos que andar aproximadamente dois quilômetros na lama, estava chovendo muito, então nós tivemos muita dificuldade em localizar esse cadáver. A partir disso, confirmamos a morte”, afirmou o delegado.

Prisão do suspeito em Ecoporanga

Ivanildo foi flagrado pelo sistema de cerco inteligente no distrito de Joassuba, em Ecoporanga, quando estava dirigindo um Chevrolet Onix branco. Após buscas, ele foi encontrado em um hotel no Centro do município.

Segundo o capitão Gabrini, da PM, o suspeito tem histórico vasto de passagens pela polícia e pelo sistema prisional. “Ele já tem diversas passagens, tanto em termos de ocorrências, como prisão, como cumprimento de pena, Ele já tem passagens por porte de ilegal de arma de fogo, ameaça, Lei Maria da Penha, tráfico de drogas. Ele já cumpriu pena em 2017, 2018, 2022, e, na última vez, saiu com alvará de soltura em 29 de novembro de 2022”, confirmou o policial.

Uma mulher, que acompanhava Ivanildo, também foi detida e conduzida até a delegacia. “(Ela) alega não ter participação, mas os autos vão demonstrar que essa versão também não é compatível com as provas escolhidas. Ela estava com ele, ela fez pagamentos para ele, então ela pode ter tido sim participação, é uma associação criminosa, e foi detida com ele no hotel”, finalizou o capitão.

Com eles foram apreendidas uma quantidade de drogas, dois celulares e o carro utilizado.

Relembre o caso

Thamyris era moradora do bairro Santa Cecília, em Marilândia, e estava desaparecida desde terça-feira (9), quando respondeu mensagens pela última vez. Na segunda-feira (8), ela disse à família que iria dormir na casa de uma amiga.

Desde então foram realizadas buscas com atuação de equipes da PM e da Polícia Civil. Fotos da jovem também foram compartilhadas pelas redes sociais no pedido de ajuda, caso alguém tivesse a visto.

A amiga disse para os parentes da jovem que ela tinha ido para a casa de Ivanildo. A polícia analisou o celular da amiga e encontrou o de Thamyris, possibilitando localizar o suspeito

*Com informações de Carolina Silveira, da TV Gazeta Noroeste

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