Uma estudante de 17 anos denunciou que foi assediada pelo antigo professor de educação física em uma escola estadual localizada em Vila Velha. Nesta sexta-feira (3), o homem teria questionado a aluna se as partes íntimas dela eram tão macias quanto a mão dela — que já teria sido caracterizada como "mãos de puta" pelo docente, segundo a jovem. O caso é investigado pela polícia. Os nomes da estudante, da instituição de ensino e do bairro onde fica o colégio não estão sendo divulgados para preservar a vítima.
Em entrevista para A Gazeta, a mãe da aluna disse que ficou sabendo de ambas situações envolvendo o professor por meio da filha na manhã desta sexta-feira. De acordo com ela, o primeiro dos assédios teria acontecido há cerca de um mês, na frente de outros alunos.
"Ela me disse que o professor pegou na mão dela, falou que era muito macia e que 'parecia mão de puta'. Ele falou isso na frente de amigos, que riram e levaram na brincadeira. Já hoje (3), ele a pegou pela mão, e perguntou no ouvido dela se a parte íntima dela era tão macia quanto a mão dela", relatou a mãe da estudante.
Diante disso, a adolescente "ficou sem reação". O homem, que teria mais de 60 anos, teria pedido para que ela não contasse a ninguém e os dois se separaram. No entanto, a jovem contou o que havia acontecido às amigas e foi orientada a procurar o diretor da escola e a família — momento em que ligou para a mãe.
Ainda de acordo com o informado pela mãe da jovem, o professor teria admitido a atitude à diretoria do colégio, mas alegado que havia sido uma "brincadeira". "O que mais me choca é porque foi premeditado. Ele esperou estar aposentado, porque sabia que não ia dar em nada", comentou.
Surpresa por toda a situação enfrentada pela filha, a secretária fez um desabafo e confessou que ainda não sabe se manterá a estudante na mesma instituição de ensino. "Foi um sentimento de indignação, revolta, raiva e tristeza. Nunca se espera que isso vá acontecer dentro de uma escola", reclamou.
Em nota, a Superintendência Regional de Educação de Vila Velha informou que "assim que a escola tomou ciência do fato, dialogou com a família e a orientou a registrar boletim de ocorrência para que as providências sejam tomadas, uma vez que o acusado se aposentou no último dia 3 de maio".
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) também esclareceu que o professor não pertence mais ao quadro de servidores. "Ele estava nas dependências para a entrega de equipamentos da unidade que estava de posse e que, por ocasião da aposentadoria, deveriam ser devolvidos à instituição", concluiu.
Na tarde desta sexta-feira (3), após conversarem no colégio, mãe e filha fizeram um boletim de ocorrência contra o professor. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado como assédio sexual e será investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Como o crime envolve uma menor de idade, a investigação está sob sigilo.
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