Na saída de uma farmácia, já com o remédio em mãos, um idoso acabou sendo alvo de criminosos e sofreu um prejuízo de quase R$ 2 mil. Os suspeitos se aproveitaram do problema de saúde dele e prometeram uma espécie de oração de cura para conseguir aplicar o golpe há cerca de uma semana, em Vila Velha.
O aposentado de 69 anos, que não será identificado, conta que um dos golpistas se aproximou fazendo comentários sobre o problema na próstata e que o teria superado depois de uma pessoa indicar a ação de um pastor. "Ele disse que a reza faria a doença desaparecer de uma vez por todas", lembra.
Ainda conforme o relato do idoso, o falso religioso pediu para que ele ficasse de olhos fechados e fez a oração dentro de um carro, estacionado na praça do bairro Coqueiral de Itaparica. Durante a oração, os suspeitos teriam pegado os documentos, o celular e o cartão bancário da vítima.
"Ele fez uma reza sobre a minha cabeça e desse período não me lembro de muita coisa. Não dei nada nas mãos dele, mas quando ele terminou, estava devolvendo os meus pertences. Como, se eu não entreguei? Só tive a maldade de verificar quando cheguei em casa", conta.
Diante do prejuízo financeiro e desejando que os suspeitos respondam pelo crime, o idoso registrou o caso junto à Polícia Civil no mesmo dia, em 14 de março. A corporação informou que o caso é investigado pelo 7º Distrito Policial e que outros detalhes não podem ser divulgados.
À frente da Delegacia de Defraudações (Defa), o delegado Douglas Vieira afirma que esse tipo de golpe é antigo e existe desde a década de 1980. "Os criminosos se valem da religião para aplicar. Seja se passando por evangélicos, babalorixás ou pais de santo. É importante verificar", explica.
"Há igrejas, templos e outras casas religiosas que fazem trabalhos espirituais e, ao meu ver, não configuram estelionato. O problema é quando golpistas se passam por padres ou pastores para tirar dinheiro da vítima com falsas promessas de curas ou para pegar os dados dos idosos", continua.
O delegado também orienta que nunca se deve entregar cartão ou documentos para um desconhecido – o que vale, inclusive, para compras em mercados e padarias, por exemplo. "Se a pessoa for má intencionada, ela pode tirar fotos do cartão e fazer diversas compras pela internet", alerta.
Segundo Douglas Vieira, crimes do tipo configuram estelionato e as vítimas devem registrar o caso junto à Polícia Civil, por menor que seja o prejuízo. "Nós dependemos disso (representação) para poder investigar. Se não quiser se identificar, dá para ligar no Disque-Denúncia (181)", finaliza.
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