A Polícia Civil investiga se o atentado em Aracruz, na última sexta-feira (25), provocado por um adolescente de 16 anos é um caso isolado ou se tem ligação com grupos nazistas no Estado. Quatro pessoas morreram nos ataques e mais de uma dezena ficou ferida.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (28), o secretário de Segurança de Estado de Segurança, coronel Marcio Celante, afirmou que a polícia vai investigar a possível existência de grupos nazistas no Estado.
Sobre o atentado no Norte capixaba e uma tentativa em uma escola de Jardim da Penha, em Vitória, o secretário destacou a importância da união entra a escola e a família.
“A gente observa a necessidade de uma atenção muito maior por parte da família, do Estado, o que já está acontecendo, uma junção de esforços: família, escola e Estado. Nós temos na sociedade muitas pessoas doentes que precisam ser acompanhadas”, avaliou.
O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, delegado André Jaretta, por sua vez, destacou a ligação do jovem com o nazismo. No entanto, não confirmou se o adolescente estava em algum grupo relacionado ao tema.
"Em uma análise preliminar, já constatamos que era um simpatizante de ideias nazistas. Mas não está confirmado se ele participou de algum grupo ligado ao tema. Perguntamos, buscamos aprofundar, mas o depoimento dele não é a única forma de investigação”, informou.
No primeiro depoimento prestado horas depois do atentado, o adolescente teria negado estar ligado com outras pessoas.
"Ele disse que não estava ligado a outras pessoas", declarou Jaretta. Questionado se o atirador queria servir como "exemplo" a outros adolescentes, o delegado disse que o jovem também teria negado essa hipótese.
O atentado ocorreu na manhã de sexta-feira (25), pouco antes das 10 horas, quando um adolescente de 16 anos entrou primeiramente na Escola Estadual Primo Bitti, quebrando o cadeado e invadindo a sala de professores. Lá, ele atirou em 11 pessoas: duas educadoras — Cybele Passos Bezerra, 45 anos, e Maria da Penha Banhos, 48 — morreram no local. A professora Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos, faleceu um dia depois, na tarde de sábado (26).
Ainda na sexta, após o primeiro ataque, o atirador entrou em um veículo modelo Renault Duster, de cor dourada, com as placas cobertas, e foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), a cerca de um quilômetro de distância da instituição estadual. Na escola particular, o criminoso atingiu três pessoas e a aluna Selena Sagrillo Zuccolotto, de 12 anos, morreu na hora.
Filho de policial militar, o adolescente entrou nas escolas usando roupa camuflada e, em uma braçadeira, carregava uma suástica, símbolo do nazismo. Ele planejava o crime havia dois anos, conforme dados iniciais da investigação.
Após ser detido, o adolescente confessou o crime. Ele usou uma arma da Polícia Militar, que pertencia ao pai, e outra particular para atirar em professores e alunos. O nome dele não está sendo divulgado por se tratar de um menor de idade, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
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