A Polícia Civil afirmou que investiga e deve ouvir o segurança responsável por revistar o indivíduo apontado como principal suspeito da morte de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, assassinado a tiros no Gordinho Sambão, em Vitória, na madrugada do último dia 16. Imagens divulgadas pela corporação nesta segunda-feira (24) mostram o homem passando pelo segurança duas vezes. A arma utilizada no crime, no entanto, não foi flagrada pelo profissional no corpo do atirador.
No início da madrugada de terça-feira (16), o suspeito, que não teve o nome divulgado pela polícia, entra no local com outras pessoas. Ele vestia camisa bege claro, calção branco e chinelo. Enquanto a revista de outro homem demora cerca de cinco segundos, o homem não fica dois segundos na frente do segurança, vestido todo de preto. O indivíduo ainda leva um toque nas costas, uma forma de liberar a entrada.
O homem apontado como o atirador chegou a sair da casa de shows. Ele pagou novamente a entrada e passou pela segurança em uma nova oportunidade. Desta vez, foi possível ver que o segurança apalpa os bolsos e passa a mão na região da lombar. Nada foi encontrado e o suspeito foi liberado em três segundos.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti, afirmou que as imagens são determinantes para a apuração do caso. O vídeo mostra, como observado pelo delegado, que o suspeito teve fácil acesso e passou rapidamente pela abordagem na primeira oportunidade.
Questionado sobre o motivo da entrada sem revista, Marcelo Cavalcanti afirmou que a apuração da Polícia Civil ainda está em andamento e apontou que houve "falta de cuidado" ou até mesmo "conivência" do segurança no momento da revista. De acordo com o delegado, o homem responsável pela revista deve ser ouvido pela polícia.
A Polícia Civil do Espírito Santo informou que a morte de Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, assassinado a tiros no Gordinho Sambão, em Vitória, na madrugada do dia 16 de abril, não teve a participação de policiais militares. A informação de que estava em investigação se PMs teriam participado do crime chegou a ser passada anteriormente, mas imagens apresentadas pela corporação (vídeo acima) mostram que os agentes, antes considerados suspeitos, estavam com roupas diferentes das que vestiam o autor do homicídio, conforme descrição em boletim de ocorrência da Polícia Militar.
Conforme boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, o suspeito estava com blusa bege clara, bermuda branca e chinelo, o que fica evidenciado no vídeo. No entanto, o delegado Marcelo Cavalcanti explicou que o homem que aparece com tais características não é policial.
Questionado sobre o que teria motivado o crime, o delegado José Darcy Arruda aponta que a morte de Eduardo tem relação com o tráfico de drogas, mas seria um crime de oportunidade. Ou seja, o atirador não teria ido ao local exclusivamente para cometer o assassinato, mas, ao entrar na casa de shows e visualizar o alvo, resolveu cometer o homicídio.
A suspeita da Polícia Civil é que a arma do suspeito estivesse no carro, fora do Gordinho Sambão, no momento em que o atirador entrou no local pela primeira vez. O homem de camisa bege clara, calção branco e chinelo teria saído do bar justamente para pegar a arma. Menos de uma hora após voltar, ele atirou e matou Eduardo Chaves Camilo. Após atirar, o homem fugiu. Eduardo, de 32 anos, morreu no local. Outras três pessoas ficaram feridas com tiros.
Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, a Polícia Civil já sabe quem é o suspeito do assassinato, mas a corporação não divulgou o nome do indivíduo – que tem passagens pela polícia.
A Polícia Civil informou que está periciando quatro armas semelhantes. Ao menos uma delas é de um dos policiais militares que era considerado suspeito. Outra arma foi apreendida com um motociclista morto no bairro Bela Vista, em Vitória, neste domingo (23). A apuração deve apontar qual arma foi utilizada no crime do Bar do Gordinho. Apesar de a participação do militar ter sido descartada, a arma segue em análise.
A Polícia Civil apresentou a nova versão dos fatos em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), apontando que não houve participação de policiais militares no assassinato. A suspeita inicial foi divulgada pouco depois do crime, na confecção do boletim de ocorrência realizado por integrantes da Polícia Militar.
Em uma nova apresentação dos fatos, agora com imagens gravadas dentro da casa de shows, é possível ver a chegada de dois policiais militares. Antes tratados como suspeitos, a Polícia Civil entende que os dois não tiveram participação no crime. As imagens mostram que os dois chegam a passar, uma hora antes do crime, ao lado do atirador. No momento em que o suspeito tentava sair do estabelecimento pela porta de entrada, os policiais entravam na casa de shows.
Como afirmado algumas vezes pelo delegado, os dois policiais militares não têm relação com o crime. Isso se justifica porque, segundo ele:
Apesar de ter descartado a participação de policiais militares no caso, o delegado Marcelo Cavalcanti afirmou que ficou constatado o pedido de um dos militares para que houvesse uma alteração no livro em que ficam registrados horários de entrada e saída. O delegado não disse o que teria motivado o pedido e informou que a investigação deste detalhe é de responsabilidade da Polícia Militar.
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