A Polícia Civil investiga se uma criança de apenas 3 meses, que passou por uma consulta de rotina em uma unidade de saúde em Vitória, foi vítima de abuso sexual. A bebê foi levada ao local por uma mulher não identificada oficialmente como sendo a mãe nesta quinta-feira (25) e apresentava um vermelhidão nas partes íntimas. O fato chamou a atenção da equipe que atendeu a criança sobre a possibilidade do crime. O bairro da ocorrência não será divulgado para proteger a menor. Além da PC, o Conselho Tutelar também foi acionado.
De acordo com informações iniciais da Guarda Civil Municipal, uma equipe foi ao local após ser acionada pelos funcionários da unidade de saúde. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
"O Conselho Tutelar assumiu o caso já na Unidade de Saúde e deu prosseguimento aos trâmites junto à PCES. A Guarda só ficou no local até a chegada do Conselho", disse o inspetor da Guarda, Marcelo Luiz Francisco.
Demandada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na DPCA após encaminhamento do Conselho Tutelar para a apuração dos fatos. Também, de acordo com a PC, a bebê foi encaminhada ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para realizar exame de corpo de delito. "O caso seguirá sob investigação da DPCA e para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada", informou em nota.
Também procurada, a Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas) informou que em caso de possível abuso de criança, esta passa pelos cuidados da saúde dentro de 72 horas e, se houver confirmação da violência, a vítima será retirada da família e poderá ficar em acolhimento institucional.
A Semus acrescentou ainda que quando a equipe de saúde identifica um caso suspeito de violência sexual a situação é imediatamente encaminhada à Delegacia de Proteção à Criança (DPCA) para boletim de ocorrência. O Conselho Tutelar também é acionado para compreender o contexto familiar e decidir sobre o acolhimento da criança.
Na manhã desta sexta-feira (26), a conselheira e coordenadora do Conselho Tutelar da Região Continental, Raquel Milagre Lopes Pavan explicou que a suspeita de abuso não se confirmou após a realização dos exames feitos no DML e a criança sofreu com uma irritação decorrente da utilização de um lenço umedecido.
"A gente lamenta esta exposição desnecessária porque, desde o início, não se tratava de suspeita de abuso. É comum bebês terem pequenos corrimentos e a mãe procurou uma unidade de saúde e foi orientada pela pediatra a como limpar a genitália corretamente, pois é uma área muito sensível, ainda mais para uma criança de três meses. Na tentativa de higienizar a região, a mãe passou um lencinho umedecido após usar um cotonete, e que provocou uma vermelhidão. A mãe procurou novamente a especialista e acabou que houve esta confusão. Felizmente não houve nada e ocorreu um mal-entendido", explicou.
A coordenarora, inclusive, explica que constantemente o Conselho Tutelar acompanha casos do tipo, visto a quantidade de incidentes envolvendo crianças pequenas, mas que isto não deve ser confundido com situações de abuso.
"A gente vem de casos de grande repercussão e que acabam expondo indevidamente as crianças e famílias. Aqui mesmo no Conselho Tutelar acontece de até mesmo fraldas causarem irritação nas criancinhas e temos de trocar por outra marca ou modelo. Os pais têm que ficar atentos à higiene dos bebês, pois é muito sensível nesta fase da vida. É muito grave quando fazem esta associação, pois as pessoas julgam premeditadamente e podem querer tirar satisfação na própria comunidade, por exemplo. Temos o cuidado de analisar detalhadamente cada caso para sermos justos e não expor principalmente e indevidamente a criança", pontuou.
Demandada novamente nesta sexta-feira (26), a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Após a publicação da reportagem, a coordenadora do Conselho Tutelar da região esclareceu que a vermelhidão apresentada na criança se tratava de uma irritação proveniente do uso de lenço umedecido. A PC foi novamente acionada e disse que o caso ainda segue sob investigação. O texto foi atualizado.
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