A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), a Operação Cartagena contra uma quadrilha internacional especializada em agiotagem e extorsão que atua no Espírito Santo.
O alvo, de acordo com a polícia, é uma máfia de colombianos e equatorianos que atua no Estado emprestando dinheiro com juros diários para pessoas físicas e pequenos comerciantes, ameaçando depois as vítimas e fazendo uso de violência para receber o valor. Algumas vítimas chegaram a entregar imóveis para esses suspeitos de tão ameaçadas que se sentiram, segundo o secretário de Segurança, Alexandre Ramalho.
"São mais de seis meses investigando essa máfia, uma máfia colombiana com equatorianos. Trabalham em cima de extorsão e outros crimes. Agora a investigação inicia uma segunda fase, de identificação, com levantamentos de dados e levantamento de contas bancárias", comentou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, em entrevista à TV Gazeta.
São cumpridos nove mandados de busca e apreensão e de prisão. Os mandados acontecem em Vila Velha, Aracruz e Itaipava, distrito de Itapemirim. Pelo menos, 15 pessoas foram levadas para a delegacia, entre elas uma brasileira, que mora em Vila Velha. Isso porque, além dos mandados, também teve prisões em flagrante.
Ao todo, cerca de 50 agentes atuaram na operação, com participação do secretário da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, e o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
"É uma linha severa, que torturava psicologicamente essas pessoas, que começavam pegando R$ 1,5 mil, R$ 2 mil e não saíam mais dessa dívida. E vinham uma série de promissórias, bens eram colocados nessa dívida e a pessoa ficava eternamente amarrada a essa organização criminosa, inclusive com ameaça a vida", acrescentou Ramalho, que acompanhou uma prisão feita em um condomínio na Praia de Itaparica.
Um comerciante de Campo Grande, em Cariacica, contou que um funcionário dele foi vítima. Segundo ele, o amigo pegou R$ 1.000 e cinco dias depois já devia R$ 1.800. Os suspeitos mandavam uma brasileira dar um cartão e oferecer um empréstimo, mas eram os estrangeiros que cobravam de forma violenta.
"Eles só falavam que queriam o dinheiro e xingavam de tudo que é forma. Você ficava sem saber o que fazer porque eles ameaçam levar os produtos da loja", conta.
As investigações começaram meses atrás e se intensificaram depois que um policial civil foi baleado ao tentar ajudar pessoas que tinham acabado de sofrer um acidente, mas, na verdade, eram bandidos ligados à máfia.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta