No dia 23 de julho, o poeta Sérgio Blank foi encontrado morto, dentro da casa onde morava, em Cariacica. Agora, um mês depois, a Polícia Civil ainda ouve testemunhas e trabalha para esclarecer o caso, que segue sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da cidade.
De acordo com a nota enviada nesta segunda-feira (24), a equipe também está "realizando digilências, mas detalhes não podem ser passados, por enquanto, para não interferir na apuração do fato". Irmã do escritor, Nilceia Blank disse que a família aguarda a conclusão do trabalho policial.
À época da morte, ela disse que suspeitava que o irmão teria sido vítima de um infarto. No dia anterior, os dois haviam conversado e ele "estava bem, normal". Segundo ela, o poeta enfrentava uma cirrose hepática há alguns anos e estava na fila de transplante. Porém, a doença era controlada.
Apesar da suposição de morte natural, o caso já era tratado - no dia seguinte - como provável assassinato pela Polícia Civil. Colunista de A Gazeta, Leonel Ximenes revelou que o corpo de Sérgio Blank apresentava sinais de violência, incluindo um fio de telefone no pescoço.
Apenas um dia antes de ser encontrado morto, em 22 de julho, Sérgio Blank fez uma publicação nas redes sociais na qual se dizia feliz por ser convidado por escolas e ter a oportunidade de conversar com crianças sobre os próprios livros. "Aprecio ser um escritor infantil", escreveu ele.
Historiador e comentarista da CBN Vitória, Fernando Achiamé era amigo do poeta. Na tentativa de desmarcar um almoço para o dia 23 - provável data da morte -, ele ligou para o escritor durante a manhã, mas o celular estava desligado. Horas depois, recebeu a notícia da morte.
Nascido em 1964, Sérgio Blank ocupava a nona cadeira da Academia Espírito Santense de Letras. Além de conhecido pelos poemas e livros, ele também atuou como promotor de lançamentos e coordenador de oficias e encontros literários.
Depois de 23 anos sem obras inéditas, ele publicou "Blue Sutil", em fevereiro de 2019. Personalidades da literatura capixaba lamentaram a morte dele. Natural de Cariacica, ele foi enterrado no Parque da Paz, que também fica na cidade.
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