A Polícia Civil já entregou para a família do jovem que foi socorrido após ser encontrado com a barriga aberta e parte do intestino exposto em uma praia de Guarapari, e a de sua namorada, um documento para que eles façam exame dos seus ferimentos no Departamento Médico Legal (DML).
O jovem, de 21 anos, e a namorada, de 20, foram socorridos na madrugada do último dia 16 na Praia do Ermitão, em Guarapari. Ambos estavam feridos, sendo a situação mais grave do rapaz, que estava com o abdômen aberto e o intestino exposto.
Ao pedir o exame, o objetivo é identificar com que tipo de instrumento o corte no abdômen do rapaz foi feito, se foi utilizado um objeto mais amolado, como uma faca ou se optaram, por exemplo, por vidro. Quer ainda saber se o corte foi mais retilíneo e como foi feito.
O relato preliminar dos atendentes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que prestaram socorro ao jovem no local dos fatos, é de que o corte teria sido realizado com vidro, segundo informou a polícia.
O exame poderá ajudar a esclarecer o que aconteceu com o casal de jovens na praia. Embora a família já tenha sido orientada no sentido de que o exame deve ser realizado assim que o jovem receber alta hospitalar, de acordo com a polícia, a vítima pode optar por não fazê-lo.
O advogado Lécio Machado, que representa o casal, confirmou que já recebeu o encaminhamento para que os dois façam o exame e disse que os dois vão se submeter ao teste. Só não informou a data em que isso acontecerá.
Para o DML também foi levado o material encontrado na areia da praia e que supostamente seria uma parte do intestino do rapaz, que está sendo examinado e que pode ser submetido a exame de DNA, para confirmar se, de fato, pertence ao jovem.
A investigação sobre o caso vem sendo realizada desde o dia 16 de janeiro, quando os jovens foram socorridos em Guarapari. Já prestaram depoimento para a Polícia Civil os dois vigias do parque Morro da Pescaria, que estavam no local no dia dos fatos.
Na tarde desta segunda-feira (31) também foi ouvido o depoimento da jovem, que informou não se recordar do que aconteceu naquela madrugada. Os pais dela também foram ouvidos.
De acordo com o advogado Lécio Machado, que representa o casal, o depoimento da jovem foi prestado no final da tarde desta segunda-feira (31). “Ela relatou que os dois utilizaram, pela primeira vez, um quadradinho de papel, mas não soube informar mais detalhes, por não se lembrar do que aconteceu após fazer o uso da droga”, disse o advogado, em entrevista para A Gazeta, nesta terça-feira (1º).
Na segunda-feira, antes do depoimento da jovem à polícia, o advogado havia confirmado à reportagem apenas que os jovens fizeram uso de álcool no local. E que teriam sido atacados durante um luau na praia.
Segundo o advogado, a jovem informou para a polícia que eles chegaram ao Parque do Morro da Pescaria, na Praia do Morro, em Guarapari, entre 20h30 e 21h30 do sábado, 15 de janeiro. Acessaram a praia não pela portaria principal, mas pelas pedras à beira-mar. Informou que, assim como eles, vários pescadores passavam pelo local também em direção à praia.
Contou ainda que andaram pela trilha, por cerca de 800 metros, até chegar à praia. Informou que não estavam sozinhos, que havia pescadores nas pedras, um pouco distante.
“Ouviram música, beberam vinho, entraram no mar e aí fizeram o uso da droga. Diz que foi um quadradinho de papel que usaram pela primeira vez e que não se recorda do nome (da droga). Depois disso ela não se recorda do que aconteceu”, relatou o advogado em entrevista para A Gazeta.
Imagens de videomonitoramento mostram o casal entrando no parque municipal Morro da Pescaria na noite do dia 15 por uma trilha nas pedras, já que a portaria do parque municipal estava fechada.
Por volta das 6 horas do dia seguinte, as câmeras registraram ele sendo socorrido em um veículo do Corpo de Bombeiros, junto com o Samu.
De acordo com o advogado Lécio Machado, a jovem retomou a consciência durante a madrugada de domingo (16). “Ela não se recorda direito, mas a mãe dela conta que a jovem atendeu a uma ligação por volta das 2 horas, onde acabou pedindo ajuda. Conta que, ao retomar a consciência, percebeu que o namorado estava com a cabeça em seu colo e que ele sentia dor, mas não conseguia entender o que tinha acontecido”.
A partir de então ela foi até a guarita do parque para pedir ajuda, segundo o advogado. O pai da jovem, que tinha sido acionado pela mãe dela após a ligação, estava chegando ao local. “O pai dela foi o primeiro a prestar socorro aos dois. O rapaz estava com um corte na barriga e ainda outros na orelha, cabeça, perna e sangrando. O pai e o vigia perceberam que ele também estava com o intestino exposto”, relatou Lécio à reportagem de A Gazeta.
A jovem também estava ferida, com a cabeça machucada, corte nas pernas, mãos e hematomas nos braços. “Não foi constatado abuso sexual, mas ela não se recorda como aquilo foi feito”, conta o advogado.
De acordo com Lécio Machado, somente entre 5 horas e 6 horas, após o socorro, é que foi encontrado na praia partes do intestino do jovem. E que foi constatado que o material deles estava revirado e que um celular havia sumido, assim como R$ 80 e cartões de crédito. O celular da namorada foi encontrado por ela na areia.
De acordo com a Polícia Civil, o próximo depoimento a ser ouvido será o do rapaz que teve o abdômen aberto, previsto para quando ele receber alta hospitalar.
A polícia também já está com as imagens do videomonitoramento do parque naquela noite. Elas mostram que o casal entrou no parque, que já estava fechado, pela região das pedras, à beira-mar. Pescadores também faziam o mesmo percurso.
Mais tarde, segundo a polícia, pescadores deixaram o local. Algum tempo depois, já na madrugada, aparece a imagem da jovem pedindo ajuda aos vigias do parque. Logo depois o rapaz foi socorrido.
O jovem encontrado com a barriga aberta e parte do intestino exposto, na Praia do Ermitão, em Guarapari e sua namorada sofreram um ataque na madrugada do dia 16 de janeiro. É o que afirma o advogado que representa as famílias do casal, Lécio Machado.
Em nota, os familiares dos jovens informaram que “os seus filhos foram vítimas de uma ação criminosa e violenta praticada por terceiros ainda desconhecidos, durante um luau que realizavam à dois naquela data e localidade (Praia do Ermitão)."
Esse conteúdo foi atualizado com informações obtidas até 02 de fevereiro junto à Polícia Civil, ao advogado do casal e aos próprios envolvidos no caso.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta