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Polícia pede prisão de corretora que bebeu, dirigiu e matou modelo em Vitória

Polícia pede prisão de corretora que bebeu, dirigiu e matou modelo em Vitória

Investigações concluíram que a motorista bebeu antes de dirigir e indiciou a condutora por homicídio doloso duplamente qualificado

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 10:54

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Adriana Felisberto Pereira foi presa. Ela dirigia carro envolvido em acidente com morte de ciclista, em Vitória
Adriana Felisberto Pereira foi presa. Ela dirigia carro envolvido em acidente com morte de ciclista, em Vitória. (Archimedes Patricio)

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, após concluir que ela consumiu bebida alcoólica antes de atropelar e matar a modelo Luísa Lopes, de 25 anos, em Vitória, em abril. O pedido para que a corretora de imóveis seja presa foi encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) na última quarta-feira (5). Pelo crime, a indiciada pode responder por homicídio doloso duplamente qualificado e pegar de 12 a 30 anos de prisão.

A prisão preventiva tem por objetivo evitar que a acusada prejudique a colheita de provas ou fuja. É diferente do flagrante, dado logo após o crime e com a possibilidade de que o suspeito tenha a liberdade concedida. Presa preventivamente, a corretora de imóveis só poderia responder em liberdade mediante habeas corpus. 

Mesmo com o pedido da Polícia Civil, a prisão de Adriana Felisberto Pereira – que se encontra em liberdade – não é automático. É necessário que após o recebimento do inquérito policial, o MPES ofereça denúncia à Justiça. O Poder Judiciário, por sua vez, é quem expende o mandado de prisão.

JÁ FOI PRESA, MAS ESTÁ EM LIBERDADE

A corretora de imóveis já chegou a ser presa pela morte de Luísa Lopes. Ela passou por audiência de custódia no dia 16 de abril e teve a liberdade concedida, mediante o pagamento de R$ 3 mil de fiança.

Diante do Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD), o juiz José Leão Ferreira Souto levantou alguns argumentos para conceder a liberdade e, inclusive, diminuir a fiança de R$ 5 mil estipulada pela polícia:

  1. Citou que policiais militares no local da batida foram informados sobre o envolvimento de outro veículo que teria atropelado a modelo e arremessado ela para o automóvel de Adriana;
  2. Disse que não haviam registros criminais contra a acusada;
  3. Alegou que a liberdade de Adriana não oferecia riscos;
  4. Concluiu não haver requisitos necessários para decretar a prisão preventiva dela;
  5. Decretou algumas restrições como a proibição de que a corretora fosse a bares ou saísse da Grande Vitória sem autorização.

Nesta quinta-feira (6), com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil comprovou que não houve o envolvimento de outro carro no atropelamento e confirmou que a acusada consumiu bebida alcoólica antes de matar a modelo.

Frases ditas pela corretora de imóveis colhidas com testemunhas pela Polícia Civil . (Polícia Civil)

PENA E AGRAVANTES

Além da imprudência ao volante, o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT), delegado Mauricio Gonçalves, destacou que a indiferença de Adriana em relação à vítima após o atropelamento agrava o crime.

A penalidade de 5 a 8 anos por imprudência, prevista no Código Brasileiro de Trânsito (CTB), que corresponde a homicídio culposo no trânsito sob influência de álcool, vira doloso qualificado. Essa penalidade é maior, podendo gerar de 12 a 30 anos de detenção e está previsto no Código Penal (CP).

Foram resgatadas frases que a motorista teria dito após o atropelamento: "Eu acabei de estourar a cabeça dessa mulher aí", "Não quero saber dela não", "Ela era provavelmente uma empregada doméstica, sem importância" e "Olha o que aconteceu com o meu carro".

"Verifica-se que a conduta da motorista é de preocupação nenhuma com o que aconteceu e com o resultado que ela produziu. Ela menosprezou a vítima", afirmou o delegado.

OS CITADOS

A reportagem de A Gazeta procurou a defesa de Adriana Felisberto Pereira e o MPES. O advogado afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito. O texto será atualizado, caso haja algum posicionamento do órgão. 

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