A Polícia Civil prendeu na última segunda-feira (4) um homem suspeito de cinco homicídios e duas tentativas no município da Serra. Suíno, como o detido é conhecido, foi classificado pela polícia como um serial killer assassino em série que agia com perversidade e compulsão por matar, segundo a PC. Todos os crimes tinham relação com a guerra pelo domínio do tráfico de drogas em Bairro das Laranjeiras, região de Jacaraípe, na Serra. O nome oficial do detido e não foi divulgado em coletiva sobre a prisão realizada na manhã desta terça-feira (5).
As investigações da Polícia Civil mostram que Suíno e PH (preso em junho de 2019) têm envolvimento no tráfico de drogas na Serra como uma extensão no Complexo da Penha, em Vitória. Com o objetivo de tomar os pontos de drogas das ruas 14, 15 e São Paulo, no Bairro das Laranjeiras, eles teriam realizado o primeiro ataque na região no dia 28 de abril de 2019. Na ação, duas pessoas foram assassinadas: Marlon Martins da Silva, de 27 anos, e Gustavo Salles Siqueira, de 15 anos, mortos juntos na Rua Guainazes.
"Eles comandavam tráfico de drogas na Avenida Guarani, além de Cidade Pomar, na Serra. Ambos resolveram tomar o Bairro das Laranjeiras no dia 28 de abril, utilizando fuzil calibre 556, pistola 9 mm e ponto 40. Os dois efetuaram um duplo homicídio, fato muito comentado na época devido à agressividade do crime", contou José Darcy Arruda, delegado-geral da Polícia Civil.
Quatro dias depois, Suíno e PH teriam matado mais um adolescente. Carlos Alberto Marques Júnior, de 17 anos, foi assassinado no dia 3 de maio de 2019. O crime aconteceu na Avenida de Todos os Santos, também no Bairro das Laranjeiras.
No dia 16 de maio de 2019, houve o crime que fez a polícia identificar Suíno. Ele tornou-se investigado pela morte de Joel de Souza Santos, de 32 anos, na Rua Nelson Monteiro, em Bairro das Laranjeiras. De acordo com Daniel Fortes, adjunto da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, após ser identificado, a polícia pediu a prisão preventiva de Suíno e do cúmplice PH.
Menos de dez dias após cometer um homicídio, Suíno foi acusado de um atendado contra Jeferson Santos de Laya, de 20 anos, na Rua Santa Maria, em Bairro das Laranjeiras. Na ocasião, a arma usada foi um fuzil calibre 12, mas a vítima conseguiu sobreviver. Em junho de 2019, PH foi preso e a polícia afirma que Suíno assumiu maior parte do tráfico de drogas na Serra.
"A prisão foi rapidamente deferida pela 3ª Vara Criminal da Serra e iniciamos o processo de busca para prisão dos dois. Em junho 2019, conseguimos prender o PH em uma casa em Nova Almeida, com a pistola 9 mm que foi utilizada na morte de Joel, além de drogas. Ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e posse de arma de fogo de uso restrito. A partir daí, continuamos a busca pelo Suíno", contou.
Os últimos crimes que Suíno é suspeito são referentes a um homicídio e uma tentativa em Praia Grande, Fundão. A polícia não passou mais detalhes sobre as vítimas, informando apenas que faziam parte do tráfico de drogas da região de Bicanga, na Serra, onde Suíno tentar expandir o tráfico.
"Essas prisões, tanto a do ano passado como a de agora, são importantes porque estamos diante de serial killer, pessoas que matam em série. São cinco homicídios consumados e dois tentados. É de uma perversividade muito grande, crime de continuidade. Compulsão por matar. Uma prisão dessa interrompe uma cadeia de homicídios. Se eles ficassem soltos continuariam matando para conseguir territórios. Eles provavelmente também mataram um casal em Cariacica, mortos com fuzil, onde o carro foi localizado na Serra. Mas isso a DHPP da Serra vai apurar com a de Cariacica", afirmou Arruda.
Experiente no crime, a polícia conta que foi difícil encontrar Suíno porque ele mudava de endereço o tempo todo. Ele foi preso no dia 1º de maio, após o serviço de inteligência da DHPP da Serra conseguir monitorar que ele estava pernoitando em um apartamento em Parque das Laranjeiras. Ele foi detido com uma pistola 9 mm, a mesma usada nos homicídios dos quais ele é suspeito.
"Ele se garantiu no direito de ficar calado e vai responder pelo flagrante de posse de arma e pelo homicídio qualificado de Joel. Agora, a investigação continua com os dois presos, o que é muito importante já que a comunidade sofreu muito com os ataques, que aconteceram entre abril de 2019 e março de 2020. Os criminosos agiam a qualquer hora do dia, colocando todos os moradores em risco", contou o delegado Daniel Fortes.
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