Após meses de investigação, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, conseguiu prender cinco suspeitos envolvidos em dois homicídios que ocorreram no bairro Jardim Tropical, entre os dias 20 e 22 de janeiro deste ano. Entre as vítimas tem o auxiliar de serviços gerais Wilson Couto do Nascimento, de 51 anos, que foi confundido com um informante e executado por traficantes.
Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da delegacia, os crimes ocorreram por conta da disputa intensa pelo comando do tráfico de drogas na região. Além de Wilson, a outra vítima foi identificada como Renan Cleiton Gonçalves da Silva, de 21 anos. O jovem, segundo o delegado, foi morto no confronto ocorrido no dia 22 de janeiro.
"No dia 20 de janeiro teve um homicídio em Jardim Tropical, mataram o chefe do tráfico da Área Verde, conhecido como Romário. Esse grupo que foi lá, do qual o Renan fazia parte, tentava retomar o controle do tráfico no bairro. Os dois eram da mesma região, mas houve um racha desse grupo. Dois dias depois, esse grupo voltou para tentar pegar o controle e tentaram um novo ataque, mas o pessoal da Área Verde já estava armada esperando por eles. Houve uma troca de tiros e o Renan foi morto nesse confronto entre traficantes. Ele acabou alvejado e até foi arrastado pelos comparsas para um beco, mas um dos que prendemos foi até ele e efetuou um disparo fatal de calibre 12. Depois disso arrastaram o corpo dele e jogaram lá no lixão", explicou o delegado.
Após conseguirem eliminar o traficante rival, o grupo que detém o controle na Área Verde se reuniu para eliminar a pessoa que passava informações privilegiadas ao grupo rival. Essa pessoa seria o auxiliar de serviços gerais Wilson Couto do Nascimento, mas as investigações apontaram que ele nunca foi informante e foi brutalmente assassinado.
"Depois desse homicídio (Renan), esse grupo formado por oito pessoas, incluindo duas mulheres, se reuniu em um beco porque desconfiavam que o Wilson (morador) passava informações privilegiadas para o grupo que tentava retomar controle do tráfico. Eles então decidiram matá-lo. De madrugada, foram até a casa da vítima, quebraram a porta e efetuaram 13 disparos de arma de fogo nele, na frente de uma criança de dois anos, que era filha do Wilson. Tudo isso ocorreu no mesmo dia 22, em questão de poucas horas", detalhou Sandi Mori.
Nesse grupo de oito pessoas estava uma jovem de 18 anos, com quem Wilson teve a filha. As investigações da DHPP concluíram que ela foi quem apontou onde o ex-parceiro morava. Segundo o delegado, ela se uniu ao grupo porque não tinha bola relação com o auxiliar de serviços gerais. Além disso, ela também traficava drogas no bairro.
A outra mulher detida nas operações realizadas nos dias 8, 11 e 24 de maio, tinha 25 anos e era ex-namorada de Romário. Ela se uniu ao grupo para vingar a morte do parceiro que comandava o tráfico na Área Verde em Jardim Tropical.
Após executarem Renan e Wilson, o grupo tomou conta de uma rua no bairro e dispararam para o alto em comemoração aos crimes cometidos e a "Vitória no confronto. No vídeo, o gerente do tráfico (de camisa branca e cumprimentado pelos demais) e o chefe do tráfico lideraram a ação. Os dois, assim como as duas mulheres e ainda um outro homem de 31 anos, também com envolvimento nas mortes, foram presos em três operações da DHPP no mês passado.
O delegado ressaltou ainda que a polícia irá atrás dos três foragidos e os mesmos serão capturados.
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