Mais dois suspeitos de envolvimento com a invasão e roubos a bancos em Santa Leopoldina, na Região Serrana do Espírito Santo. As prisões ocorreram na manhã desta segunda-feira (3), pela equipe do Serviço Reservado da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar.
Os indivíduos foram encontrados na localidade de Tirol, no interior do município, onde chegaram se deslocando a pé pela mata. Ambos confirmaram o envolvimento no crime. Com esses, sobe para seis o número de suspeitos presos. A equipe da Delegacia de Roubo a Bancos (DRB), responsável pela investigação, já foi acionada.
A ocorrência está em andamento e um atendimento à imprensa será realizado nesta segunda-feira (3), para dar mais detalhes, com horário e local a serem divulgados pela assessoria de imprensa.
As investigações sobre o ataque criminoso mostraram que a ação foi planejada por criminosos da Bahia e de São Paulo, com auxílio de uma família de Viana, na Grande Vitória. Até a tarde de sábado (1º), a operação desencadeada por forças de segurança capixabas resultou na morte de cinco suspeitos, incluindo um dos principais criminosos envolvidos em roubos a bancos do Brasil, e prisão dos quatro familiares. Pelo menos três indivíduos ainda estavam foragidos.
Após a invasão de três bancos da sede do município na madrugada de sexta-feira (30), as forças de segurança do Estado começaram as investigações sobre o caso. Durante a manhã, dois veículos usados na ação foram encontrados em Viana, na Grande Vitória. Um deles estava incendiado e o outro estava abandonado com vestígios deixados pelos criminosos.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Márcio Celante, explicou que um terceiro veículo foi localizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A partir de dados coletados dos três carros, a Polícia Civil conseguiu identificar um possível proprietário e o local onde ele residia. As forças policiais se dirigiram, então, até o bairro Universal, também em Viana, e constataram que a família do homem tinha ligação com a ação criminosa.
O chefe da Divisão Patrimonial e titular da Delegacia Especializada de Roubo a Banco (DRB), delegado Gabriel Monteiro, explicou que o grupo planejava fugir em um caminhão-baú neste domingo (2), dia das Eleições 2022.
"Eles tinham treinamento de mata, ficariam lá. Antes de cometer o roubo, foram a um local da trilha para levar mantimentos para ficarem na mata até dez dias. A função do motorista preso por nós era ir lá nesse local no domingo, na trilha, de mais ou menos 300 metros, assoviar e eles darem fuga em um caminhão-baú", afirmou o delegado.
Segundo Monteiro, os criminosos acreditavam que a situação já teria esfriado. "Foi um crime planejado, com armamento de grosso calibre, e não de oportunidade", frisou.
O delegado Gabriel Monteiro destacou que o pai dessa família conhecia criminosos de São Paulo e da Bahia responsáveis por outras invasões a bancos, oito na Bahia e 10 em Minas Gerais. O indivíduo já havia residido em Santa Leopoldina e conhecia bem a região de Tirol, onde os criminosos foram localizados.
"O pai da família estava planejando com esse grupo da Bahia e de São Paulo, facções especializadas em roubo a banco e em outros estabelecimentos. Ele conheceu os indivíduos e planejou durante um ano o roubo no Espírito Santo. Acreditavam haver pouca vigilância", contou.
Segundo o delegado, os criminosos ficaram no Estado por sete dias, na residência da família em Viana, se organizando para a ação. "O pai e o filho deram fuga aos criminosos e levaram até essa região de mata, depois vieram com os veículos e incendiaram em Viana", detalhou. O filho do homem foi, inclusive, o responsável por levar a serra elétrica para cortar a árvore que bloqueou o trânsito no município.
Houve ainda a participação de um cunhado, que carregou combustível e depois escondeu a serra elétrica. Já a mãe da família sabia o tempo todo da ação, segundo o delegado, e também foi presa. A identidade dos familiares ainda não foi informada pela Polícia Civil.
Após a ação criminosa, os indivíduos planejavam ficar, pelo menos, 10 dias na mata, em Tirol, esperando a situação ficar mais tranquila para empreenderem fuga. Para isso, além do forte armamento, contavam com barracas e comida.
A quadrilha planejava ainda invadir uma loja de penhores da Caixa Econômica Federal, em Cariacica. O ataque na cidade da Grande Vitória contaria com a participação de até 30 homens, conforme o delegado Gabriel Monteiro.
"Tivemos a informação de que esses criminosos estavam planejando outro crime, dessa mesma natureza, com esse mesmo terror, seria no município de Cariacica, em uma loja de penhores da Caixa Econômica Federal e, para isso, iriam usar aproximadamente 30 homens", afirmou.
A operação que resultou nas mortes e na prisão de suspeitos de envolvimento com a quadrilha contou com a participação de mais de 100 agentes, entre policiais civis e do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal, além do apoio da aeronave do Notaer.
Um grupo de homens fortemente armados invadiu a cidade de Santa Leopoldina, na madrugada de sexta-feira (30). Os indivíduos fecharam ruas, atiraram contra viaturas, renderam motoristas e saquearam pelo menos três bancos, com uso de explosivos.
Os criminosos derrubaram uma árvore em uma estrada para fechar a passagem. Depois, fizeram um caminhoneiro refém e fecharam outra estrada. Nesse momento começou o tiroteio, que deixou os moradores desesperados. Os bandidos usavam touca ninja e estavam fortemente armados, como deu para ver nos vídeos feitos por câmeras de videomonitoramento.
Após os tiros, começaram as explosões. Eles jogaram granadas em três bancos: Banco do Brasil, Sicoob e Banestes. De acordo com a Defesa Civil, o Banestes foi o maior prejudicado. Em cima dele funcionava uma igreja, que vai precisar ficar completamente interditada por pelo menos 30 dias. Ainda não há informação sobre quando as agências voltarão a funcionar normalmente.
Depois de saquearem os bancos, os bandidos fugiram. O ataque aconteceu no dia do pagamento de servidores públicos, como explicou o prefeito da cidade. Pela manhã, uma dinamite foi encontrada dentro de uma das agências bancárias invadidas. O esquadrão antibombas foi acionado e detonou o material em uma área de vegetação da cidade.
Em seguida, dois veículos incendiados foram encontrados em uma zona rural de Viana, a 60km de Santa Leopoldina. A perícia da Polícia Civil foi até lá e constatou que os carros foram usados pela quadrilha.
Dentro de um deles, que não ficou completamente destruído, havia algumas pistas: os bandidos deixaram para trás galões de gasolina, chave de fenda, munições, chave do carro, calça, luvas e chapéu. O material foi apreendido.
Pela manhã, as forças de segurança do Estado informaram que as prisões haviam ocorrido na localidade de Biriricas, no interior de Domingos Martins. Em coletiva realizada à tarde, a Polícia Civil corrigiu a informação e disse que a dupla foi detida em Tirol, em Santa Leopoldina. A reportagem foi atualizada.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta