Um dos presos na oitava fase da Operação Caim, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (3), é Rafael Batista Lemos, 26 anos, conhecido como Boladão.
Ele é o principal suspeito de participação no ataque que matou o estudante Fabrício Almeida, de 18 anos, e deixou duas pessoas baleadas no Morro da Piedade, em Vitória, em junho.
A informação foi confirmada pelo secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, em entrevista à TV Gazeta. A operação combate o tráfico de drogas e busca reduzir os índices de criminalidade, principalmente o número de homicídios. Rafael foi levado pelos policiais para a delegacia, onde deve ser ouvido.
Os policiais estão nas ruas desde 5h30 para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão. O foco é o combate a organizações criminosas que atuam, principalmente, na Grande Vitória, o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, e a prisão de homicidas e de traficantes. O helicóptero do Notaer sobrevooa o Bairro da Penha desde as primeiras horas da manhã.
Rafael teve o recebimento do auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal aprovado. No mês de junho, a reportagem de A Gazeta consultou a situação cadastral de 20 dos 30 criminosos apontados como mais procurados no Estado. Onze deles fizeram o pedido e pelo menos quatro tiveram o benefício, concedido pelo governo devido à pandemia do novo coronavírus, aprovado. Entre os cadastrados, há homicidas, estelionatários, traficantes e até um dos chefes da facção criminosa que domina a região do Bairro da Penha, em Vitória.
Por verificação no sistema do governo federal, é possível constatar que Rafael Batista Lemos também foi contemplado com o auxílio. Segundo a Polícia Civil, o histórico criminal de Boladão teve início em 2012, quando ele foi preso por tráfico de drogas e posse ou porte de arma. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que ele deu entrada no sistema prisional em maio de 2012 e foi solto em março de 2017, mediante decisão judicial.
Contra Boladão, constam mandados de prisão pendentes por assassinatos e tentativas de homicídio. Junto com Alan Rosário Oliveira, conhecido como Hamburgão ou Gordinho, Rafael comandou o Morro da Piedade. No entanto, os dois foram expulsos da região pela Família Ferreira Dias em 2018 e foram pedir abrigo no Primeiro Comando de Vitória (PCV), facção que controla o tráfico de drogas na região do Bairro da Penha. Apoiados pelo Trem Bala, braço armado do PCV, os dois queriam retomar o controle da região onde atuavam.
Segundo a polícia, a organização criminosa é comandada por Carlos Alberto Furtado, o Beto, que cumpre condenação por diversos crimes há quase 10 anos, inclusive tráfico e assassinato, na Penitenciária de Segurança Máxima II, e tem em Fernando Pimenta, o Marujo, seu representante direto e em liberdade. Marujo é um dos criminosos mais procurados pela Secretaria de Estado da Segurança (Sesp).
Segundo o delegado Romualdo Gianordoli, titular do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), a ações prosseguirão enquanto não o principal alvo não for capturado pela polícia.
"A topografia do local ajuda muitos os criminosos em todos os sentidos, inclusive em não ser atacados por rivais. Por isso é tão difícil para a polícia cercar lá, não dá para subir em poucos policiais, ainda assim não conseguimos cercar tudo, mas estamos obtendo êxito com a queda de algumas lideranças do tráfico. Nós não vamos sossegar, continuaremos subindo até pegar o número 1, que é o Marujo. Estamos indo atrás dele", garantiu Gianordoli.
Um dos crimes que Boladão responde foi o ataque criminoso ao Morro da Piedade, em Vitória, que culminou na morte dos irmãos Ruan e Damião Reis. Os dois foram executados com mais de 20 tiros cada um, no quintal de casa. O crime aconteceu em 25 de março de 2018 e nenhum dos dois tinha qualquer envolvimento com crimes.
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