A Polícia Civil prendeu um jovem de 24 anos suspeito de matar Atos Vilela Cerqueira, de 26 anos, no bairro São Diogo I, na Serra, no dia 1º de junho deste ano, por causa de ciúmes da ex. A prisão do cabelereiro Gabriel Sena de Oliveira ocorreu na Rodoviária de Cuiabá, em Mato Grosso, no dia 7 de novembro, mas foi divulgada pela corporação somente nesta quarta-feira (7).
A ação que resultou na prisão do suspeito foi realizada pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT).
Atos Vilela Cerqueira foi assassinado a tiros dentro do carro em que ele estava e o crime foi flagrado por câmera de videomonitoramento (veja acima). Em um áudio divulgado pela Polícia Civil, o acusado diz que vai dar um tiro na cara da ex dois dias antes de ser preso.
As imagens de câmera de videomonitoramento mostram o momento em que o suspeito desce de uma motocicleta e atira contra o jovem de 26 anos, que estava dentro de um carro.
Segundo o titular da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, o suspeito namorou uma jovem de 19 anos por pouco mais de um ano. No relacionamento, Gabriel era extremamente possessivo e controlador, inclusive, forçando a namorada a ir para o trabalho com ele.
"Um indivíduo extremamente possessivo e controlador. Quando ia trabalhar, ela tinha que ir junto. Ficar o tempo sentada sob a visão dele", disse.
Após o término, a ex-namorada conheceu a vítima em um quiosque. Interessado na jovem, Atos a procurou nas redes sociais e passou a conversar com ela, que avisou que não poderia ter uma relação com ele, pois o ex-namorado era ciumento e dizia que mataria ela e quem se relacionasse com ela.
Ainda assim, Atos insistiu em ficar com a jovem, que aceitou. Três dias antes do crime, eles se encontraram na casa da dele.
Na noite anterior ao crime, o acusado se encontrou a ex-namorada na casa dele. Após a jovem dormir, o homem aproveitou e pegou o celular dela. Como não encontrou o aplicativo do Instagram no aparelho, ele acordou a ex e a obrigou a abrir a conta do Instagram dela em seu celular.
"No período de um mês que terminaram, eles se encontravam porque ele ameaçava a ex, que com medo, aceitava encontrá-lo. No dia anterior ao crime, ele viu mensagens de Atos e questionou a ex-namorada se ela já tinha ficado com a vítima, momento em que ela negou. Ele desconfiado, trocou a senha do Instagram dela, passou a conversar com a vítima se passando pela ex. Quando teve certeza que os dois ficaram juntos, ele marcou um encontro com Atos se passando por ela. Inclusive pediu para fazer um vídeo dele antes do encontro para ter certeza de quem era o Atos. A vítima fez o vídeo e enviou achando que era a ex do acusado", contou o delegado.
O acusado marcou um encontro com a vítima no bairro São Diogo I para despistar a polícia, já que ambos seriam de outro bairro. Assim que Atos entrou no bairro, Gabriel passou a segui-lo em uma motocicleta. Quando a vítima parou o carro e pegou o telefone para avisar a jovem que teria chegado no ponto do encontro, o acusado desceu da moto e atirou três vezes contra o rosto da vítima, que morreu ainda com o aparelho celular em mãos.
Após o crime, Gabriel fugiu para Minas Gerais e depois para o Mato Grosso. No dia 8 de novembro, a Polícia Civil do Espírito Santo levantou informações que o acusado embarcaria na Rodoviária de Cuiabá com destino a Campo Grande, e voltaria ao Estado com intenção de assassinar a ex-namorada.
"A prisão foi essencial para evitar que ele matasse a ex, pois dois dias antes da prisão, ele conversa com a mãe e fala que estava voltando ao Estado e daria dois tiro na cara da ex-namorada. No áudio, ele estava com ódio dela", relatou Sandi Mori.
Ainda de acordo com o delegado, Gabriel só não matou a ex-namorada no dia que executou Atos porque ela conseguiu fugir para o sítio do pai, que ficava no interior do Estado. "Ele estava premeditando o assassinato dela. Ele sempre deixou claro que se ela não fosse dele, não seria de ninguém."
A relação do acusado com a ex-namorada era, nas palavras do delegado Sandi Mori, de controle e ciúmes. Gabriel Sena de Oliveira não permitia que a jovem saísse de casa sem ele, tivesse aparelho telefônico ou redes sociais. Só poderia usar as roupas que ele escolhia.
"Ele agredia ela com socos e chutes e em uma dessas agressões chegou a cortar o cabelo dela pelo simples fato dela dizer que prefere a mãe dela a ele. Vivia dizendo que se um dia largasse dele, mataria ela e quem estivesse com ela", disse o delegado Rodrigo Sandi Mori.
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