Após o principal suspeito de ter matado a enfermeira Íris Rocha, 30 anos, ter sido preso nesta quinta-feira (18), a polícia revelou detalhes sobre o relacionamento de Cleilton Santana dos Santos com a vítima, que estava grávida. A titular da Delegacia de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória Pessoti afirmou que o ex-namorado controlava a vida da enfermeira, sempre aguardando do lado de fora do trabalho dela e também ficava com o celular, respondendo mensagens por ela.
"Ele passava 24 horas por dia monitorando a vítima. Ela estava em um relacionamento muito abusivo. Ele controlava toda a vida dela, de passar várias horas por dia do lado de fora do trabalho dela na Ufes. O telefone dela ficava com ele, que respondia as mensagem que ela recebia. Ela era controlada por ele", afirma a delegada.
A delegada detalhou ainda que Íris vinha sofrendo agressões físicas. Conforme levantamento feito pela Polícia Civil, ela só usava roupa de manga comprida e, às vezes, aparecia com o rosto lesionado.
A delegada disse ainda que Iris e Cleilton voltaram a ter contato mesmo depois do pedido de medida protetiva feito pela enfermeira, após ter sido agredida por ele em outubro. De acordo com Maria da Glória, a reaproximação teria ocorrido, provavelmente, por causa da gravidez – a vítima estava no oitavo mês de gestação quando foi assassinada.
“O relacionamento era muito ruim e eles faziam de tudo para esconder. A família diz que ela não estava com ele. Mas, pelo levantamento que fiz, ela continuava tendo contato com ele. Tanto que no dia (10 de janeiro) entrou no veículo dele”, disse a delegada, informando que câmeras de videomonitoramento registraram o momento em que Íris entrou no carro de Cleilton, próximo ao campus de Maruípe da Ufes, onde ela trabalhava.
No dia 5 de outubro de 2023, Íris registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sofrido agressão do então namorado, Cleilton, preso nesta quinta-feira (18). À época, eles estavam juntos havia cinco meses, e a enfermeira estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam conversando quando levou um golpe de "mata-leão" dele e desmaiou.
Quando recuperou os sentidos, ela disse que estava com o nariz sangrando e tossindo. O próprio agressor teria dado banho na enfermeira, que depois foi trabalhar. Ao contar o que aconteceu para uma colega, Íris foi incentivada a registrar o boletim de ocorrência. Na ocasião, ela solicitou medida protetiva.
Íris foi encontrada morta por um policial de folga em uma estrada rural de Alfredo Chaves, no Sul do Estado, no último dia 11. A vítima tinha duas perfurações no tórax. Consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar que a identificação foi difícil, já que ela estava coberta de cal – um material utilizado na construção civil. No local, foram encontradas cinco cápsulas de pistola calibre .40.
Apesar de ter sido encontrada no dia 11 de janeiro, uma quinta-feira, familiares só souberam do caso quatro dias depois, no dia 15, uma segunda-feira, quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, também no Sul capixaba.
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