Uma simples corrida por aplicativo resultou em um crime cruel cometido por quatro pessoas, sendo dois jovens de 19 e 21 anos, e dois adolescentes, de 17 e 14 anos. A Polícia Civil revelou os detalhes do latrocínio (roubo seguido de morte) do motorista de aplicativo Cleber Sales Lopes, de 44 anos, que desapareceu no dia 18 de novembro deste ano.
Maycon Vinicios Santos Silva, de 21 anos, foi preso no dia 21 de novembro, com o veículo da vítima no bairro Jaburu, em Vitória. Já Anna Rilery Alves, de 19 anos, foi presa na terça-feira (26), no Morro da Garrafa, também na Capital.
Os nomes dos menores envolvidos não estão sendo divulgados por conta do Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
Conforme explicou o titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Luiz Gustavo Ximenes, no dia 18 de novembro, Cleber aceitou uma corrida com embarque na Enseada do Suá, em Vitória, até a Praia Grande, no município de Fundão.
Quem solicitou a viagem foi Anna. Pelo chat do aplicativo, ela perguntou se o motorista não faria a viagem por um preço menor, o que foi aceito por Cleber, que cancelou a corrida no aplicativo e seguiu para o local de embarque. Os quatro embarcaram, Maycon no banco da frente dos passageiros e os outros três atrás.
Quando chegou em Praia Grande, os suspeitos anunciaram o assalto e Maycon desferiu um soco no rosto de Cleber. A vítima não reagiu ao assalto, mas parou o carro e saiu do veículo. O jovem de 21 anos foi atrás do motorista e deu três facadas no pescoço da vítima.
Depois, eles colocam o corpo no porta-malas e o levaram até a Rodovia do Contorno (BR 101), altura do bairro Carapina, na Serra. Mesmo com o motorista de aplicativo morto, Maycon deu mais golpes de faca e uma pedrada no rosto de Cleber.
A família de Cleber registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento no dia 19 de novembro e a polícia iniciou as diligências. O carro, um Toyota Corolla, dele foi inserido como furtado/roubado no sistema.
Na noite do dia 21, o Toyota Corolla foi localizado transitando na Avenida Leitão da Silva, altura do bairro Jaburu, em Vitória. Dentro do carro estavam Maycon e um adolescente, de 17 anos.
Os dois foram levados para a Delegacia Especializada de Adolescentes em Conflito com a Lei (Deacle). No local, Maycon afirma que pegou o carro emprestado na praça de Gurigica, na Capital.
Contra ele havia um mandado de prisão por evasão do sistema prisional e ele acabou sendo preso. Como a polícia não encontrou elementos que ligassem o adolescente ao crime contra Cleber, ele não foi apreendido.
Durante as investigações, a polícia conseguiu informações do aplicativo de viagens sobre quem seria a última passageira a solicitar uma viagem com Cleber e chegaram até Anna Rilery Alves, moradora do Morro da Garrafa, onde também residia a adolescente, de 17 anos.
Foi realizada uma ação no bairro pela DFRV, ambas confessaram o crime e apontaram onde estaria o corpo de Cleber. A adolescente também disse que era namorada de Maycon e irmão do menor de idade, de 14 anos, que também estava no veículo.
Na segunda-feira (25), uma semana depois do desaparecimento, o corpo de Cleber foi encontrado em estado avançado de decomposição. Por conta disso, não foi possível fazer a identificação do corpo pelas digitais e agora a família e polícia aguardam os exames na arcada dentária.
Segundo o delegado Luiz Gustavo Ximenes, os quatro usaram a mesma tática para roubar um carro de um motorista de aplicativo, no dia 14 de novembro. No entanto, eles não executaram a vítima.
Maycon e Anna vão responder por latrocínio, corrupção de menores, ocultação de cadáver e associação criminosa. Sobre Maycon, a polícia disse que ele já tem passagens por tráfico de drogas, roubo e receptação.
Em relação aos adolescente, o delegado Luiz Gustavo Ximenes explicou que foi lavrado um termo por ato infracional análogo a crime de associação criminosa e ocultação de cadáver contra a menor de 17 anos. Já o de 14 anos, a polícia ainda apura qual foi sua conduta para que as investigações sejam concluídas.
A família de Cleber esteve no Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, e conversou com o fotógrafo de A Gazeta, Carlos Alberto Silva, de A Gazeta. Eles pediram por justiça pela morte do motorista.
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