A Polícia Civil trata a morte de um casal separado recentemente, em Conceição do Castelo, na Região Serrana do Espírito Santo, como feminicídio, seguido de suicídio. As investigações apontam que Brás Moreira Rodrigues, de 45 anos, tenha matado a ex-companheira, Adriana Torrente Moreira, de 39 anos, e tirado a própria vida. O corpo dele foi encontrado nesta sexta-feira (1º) e o dela, neste domingo (3). O desaparecimento seguido das mortes comoveu a cidade que, há poucos dias, teve outra tragédia, o assassinato da enfermeira Giselly Thais Caçandro de Souza, morta pelo ex-marido na frente de casa.
Os dois estavam desaparecidos desde a última quarta-feira (29), quando foram vistos juntos pela última vez. Segundo as investigações, o casal, que ficou casado por 22 anos, tinha um histórico de desentendimentos e estava separado há um mês.
Após a localização dos dois corpos, o caso será tratado como feminicídio, seguido de suicídio. O delegado Carlos Henrique Simões, que estava no local quando o corpo de Adriana foi encontrado, disse para o repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta Sul, que as evidências levaram a esta hipótese.
“O chinelo dele está ali e ele foi encontrado com a camisa seca, calça molhada e sem chinelo. O perito já havia sinalizado que, provavelmente, o corpo (dela) havia sido deixado em meio líquido e se confirmou ali. O trabalho da perícia foi preponderante”, explicou o delegado.
O delegado informou ainda que as investigações continuam para esclarecer tudo que aconteceu com Adriana nas últimas horas de vida. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.
O corpo de Adriana Torrente, que era lavradora, foi encontrado por populares na tarde deste domingo (3), enquanto o delegado Carlos Henrique Simões gravava uma entrevista para a TV Gazeta Sul. O corpo estava em um córrego que passa no meio de uma plantação de café, na localidade de Barro Branco, onde ela morava. As pessoas estavam perto do local fazendo buscas porque o corpo de Brás já havia sido encontrado nas proximidades na sexta-feira (1º).
A dona propriedade, onde o corpo foi encontrado, disse que suspeitava que ele estaria por perto porque viu urubus sobrevoando a área pela manhã, quando estava a caminho da missa. “Eu falei com meu marido assim: 'com certeza a menina está aí, porque tem urubu'. Aí todo mundo ficou apavorado dentro do carro”, disse Maria Madalena.
O crime comoveu toda a população da região, que estava mobilizada em encontrar a lavradora e acompanhou os trabalhos da polícia. A Regina Célia Mareto trabalhou com Adriana no dia em que ela desapareceu. “Ela saiu feliz da vida, brincando. Ela era muito brincalhona. A gente está com o coração partido. Nunca era pra ter acontecido isso”, disse.
O irmão de Adriana, Joel Torrente, estava atuando nas buscas. “O policial fez uma ronda perto aqui (na sexta-feira (1º)) e a gente entrou e vasculhou a mata todinha até 2h da manhã e não tinha vestígio nenhum”, contou.
O corpo de Brás foi localizado, na sexta-feira (1º) à noite, na mesma propriedade onde o corpo da ex-mulher estava. Próximo ao corpo do Brás, foi encontrado o carro dele, com dois celulares dentro, o dele e o de Adriana.
A irmã do Brás e ex-cunhada de Adriana falou sobre o momento. “O coração está meio aliviado, mas, ao mesmo tempo, angustiado pela tragédia que aconteceu com meu irmão e com a ex dele também. É uma tristeza, mas, ao mesmo tempo, um alívio, porque a gente não estava sabendo o que fazer mais", desabafou.
No último dia 25, uma enfermeira de 36 anos foi assassinada a tiros pelo ex-marido, em Conceição do Castelo. Segundo familiares de Giselly Thais Caçandro de Souza, o crime teria sido motivado por um pedido de pagamento de pensão alimentícia.
Giselly era mãe de três meninas, de 5, 8 e 18 anos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Ela estava sentada na frente da casa dela, por volta de 18h, quando o ex-marido Natal Corrêa, de 40 anos, passou de carro, saiu do veículo e começou a atirar. Ele foi preso logo após o crime.
Com informações de Gustavo Ribeiro/TV Gazeta Sul
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