Um investigador da Polícia Civil do Espírito Santo foi preso no início da madrugada desta quinta-feira (11) após causar confusão no trânsito na Avenida Dante Michelini, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, apresentar sinais de embriaguez, recusar várias vezes fazer o teste do bafômetro e xingar os policiais militares responsáveis pela abordagem. Conforme boletim de ocorrência da PM, Fabrício Cerri da Silva, de 48 anos, estava com distintivo, pistola, munições e dirigia uma viatura descaracterizada quando foi abordado – todos os itens da Polícia Civil.
O investigador da Polícia Civil ignorou, em um primeiro momento, quando os militares pediram os documentos pessoais dele. Em mais de uma oportunidade, foi oferecido a Fabrício Cerri da Silva realizar o teste do bafômetro, e ele recusou em todos os momentos.
Os documentos encontrados pelos policiais dentro do carro permitiram que os responsáveis pela abordagem o identificassem como investigador da Polícia Civil. De acordo com o boletim de ocorrência confeccionado minutos depois, Fabrício estava com "dificuldade no equilíbrio, fala alterada, olhos vermelhos, odor de álcool no hálito, desordem nas vestes" e outros sinais que indicavam embriaguez.
Ainda durante a abordagem, o investigador da Polícia Civil desrespeitou os militares, xingando e apontando o dedo para o rosto dos policiais militares, conforme a ocorrência. Em nota, a PM confirma o desacato com "ofensas e palavras de baixo calão".
De acordo com o boletim de ocorrência a que a TV Gazeta teve acesso, os fatos aconteceram na seguinte ordem:
Procurado pela reportagem de A Gazeta, a Polícia Militar confirmou as informações contidas no boletim, como a recusa do teste do bafômetro, os sinais de embriaguez e o desacato aos militares. Ainda segundo a corporação, o veículo e o investigador da PC foram encaminhados à Delegacia Regional de Vitória.
Também procurada, a Polícia Civil informou que o policial civil foi autuado, em flagrante, por desacato a funcionário público e por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. Ele foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil para prestar depoimento e será encaminhado ao Alfa 10 (presídio de policiais civis), onde aguardará a audiência de custódia.
A carteira funcional e a arma do policial civil foram apreendidos. A viatura descaracterizada que estava com o policial foi guinchada para o pátio da 1ª Delegacia Regional de Vitória.
O procedimento criminal foi encaminhado na integralidade à Corregedoria da Polícia Civil, que instaurou uma Investigação Sumária (IS) para analisar o caso no âmbito administrativo e realizar diligências complementares. Após a conclusão das diligências, a IS é concluída e poderá gerar a instauração de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), caso seja constatada transgressão por parte do servidor investigado.
A investigação do caso se dará da mesma forma que as demais, com imparcialidade, transparência e responsabilidade, segundo a corporação. O prazo do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado por outros períodos e a Investigação Sumária não pode ultrapassar dois anos. A pena é definida pelo Conselho de Polícia em julgamento depois de concluído todo o procedimento do PAD.
O investigador da Polícia Civil Fabrício Cerri da Silva teve a liberdade provisória concedida pela Justiça após uma audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (11). A juíza Raquel de Almeida Valinho entendeu que a prisão em flagrante ocorreu de forma "perfeita e sem vícios", enquanto a defesa do policial pediu a liberdade do detido.
A juíza considerou que não foram encontrados registros criminais do indiciado e, por isso, concedeu a liberdade provisória com o cumprimento de medidas cautelares. O policial deve seguir as seguintes regras:
Em nova nota, enviada na tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil disse que o investigador foi autuado em flagrante e foi encaminhado à Corregedoria da corporação para prestar depoimento, e, após passar por audiência de custódia, teve fiança estipulada em esfera judicial. A quantia de R$ 1.500 foi recolhida e Fabrício foi liberado para responder em liberdade. A carteira funcional e a arma do policial civil foram apreendidas. Não houve determinação judicial para afastamento do cargo, nem suspensão de salários.
O investigador da Polícia Civil passou por audiência de custódia nesta tarde e teve concedida a liberdade provisória pela Justiça. O texto foi atualizado.
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