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Policial com sinais de embriaguez é preso após atirar em carro de família no ES

Policial com sinais de embriaguez é preso após atirar em carro de família no ES

Dois policiais de folga participaram de abordagem a suspeitos em Guarapari, quando um deles disparou contra veículo que passava pelo local. Eles não tiveram os nomes revelados e as carteiras profissionais e armas foram apreendidas

Publicado em 4 de setembro de 2022 às 20:27

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Policiais com sinais de embriaguez tiveram são investigados pela Corregedoria da Polícia Civil por conduta em abordagem em Guarapari
Policiais com sinais de embriaguez são investigados pela Corregedoria da Polícia Civil por conduta em abordagem em Guarapari. (Redes sociais)

Um policial civil de folga com sinais de embriaguez foi preso após participar de uma ação que resultou em dois suspeitos e o carro de uma família atingidos por disparos de arma de fogo, na noite de sábado (3), no bairro Itapebussu, em Guarapari. 

Outro policial civil de folga também participou da abordagem e, segundo a corporação, apresentava sinais de embriaguez, mas não foi preso. Ambos tiveram as carteiras profissionais e armas apreendidas pela Corregedoria da PCES, que investiga o caso.  Os nomes dos policiais não foram informados pela Polícia Civil, mas a TV Gazeta apurou que o que foi preso em flagrante chama-se Onésimo Ferraz de Almeida Junior. A reportagem busca o contato da defesa.

Imagens enviadas à reportagem de A Gazeta mostram os dois policiais (um de camisa amarela e o outro de camisa azul) ao lado dos dois indivíduos caídos no chão. Um deles aparece ferido na perna, enquanto o outro tem um ferimento no rosto. É possível ver que o policial de camisa amarela dá chutes em um dos indivíduos.

Em certo momento, quando um carro chega ao local da abordagem, um dos policiais dispara contra o veículo. Aos gritos, eles mandam que os ocupantes saiam do carro. Três pessoas, dois homens e uma mulher, então descem do veículo.  Outros carros passam pelo local e também são abordados, mas têm a passagem liberada.

ENTENDA O CASO

Em comunicado enviado neste domingo (4), a Polícia Civil informou que dois policiais civis de folga receberam uma denúncia sobre elementos armados em uma região de intenso tráfico de drogas, conhecida como Buraco Quente, no bairro Itapebussu, em Guarapari. 

A corporação explicou que os policiais se dirigiram até o local e se depararam com os suspeitos. Afirmou ainda que houve troca de tiros e dois indivíduos, de 16 e 22 anos, foram detidos. O adolescente foi atingido na perna direita e está hospitalizado. Foi apreendida uma bolsa, encontrada entre os suspeitos, contendo 67 pinos de cocaína, 55 pedras de crack e R$ 515,25 reais.

DISPARO CONTRA CARRO

Durante a abordagem aos suspeitos, os policiais pararam um veículo preto que passava pela via, e o capô do carro foi atingido por disparo de arma de fogo. A Polícia Civil afirma que nenhum passageiro do carro ficou ferido. Foi realizada a perícia e, posteriormente, o veículo foi devolvido ao dono.

O vídeo que a reportagem teve acesso mostra que o policial de camisa amarela é quem efetuou o disparo contra o carro preto. O policial de camisa azul se junta à ação. Nesse momento, é possível ver os dois apontam as armas na direção dos ocupantes e dão gritos, ordenando que as pessoas saíssem do veículo. Dois homens e uma mulher, então, descem do carro. 

Na sequência, o policial de camisa azul aponta a arma para outro veículo, de cor prata, olha para dentro e permite que o carro continue o percurso.

Material apreendido pelos policiais civis durante ação em Guarapari. (Polícia Civil )

POLICIAIS COM SINAL DE EMBRIAGUEZ 

A Polícia Civil confirmou que os dois policiais apresentavam "alteração psicomotoras, como odor etílico e falas desconexas" e que a  Corregedoria da corporação foi acionada. 

O policial civil que efetuou os disparos foi autuado em flagrante por disparo de arma de fogo majorado. "Por se tratar de um agente de segurança pública, não cabe fiança na esfera policial. Ele foi encaminhado ao Alfa 10 (presídio de policiais)", explicou a corporação em nota.

O segundo policial civil foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para uma prisão em flagrante naquele momento.

As carteiras funcionais e as armas dos policiais civis foram apreendidas. O procedimento criminal foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil para as diligências. "Foi instaurada ainda uma Investigação Sumária na Corregedoria da corporação para analisar o caso no âmbito administrativo", afirma a PCES, por nota. 

"INVESTIGAÇÕES CONTINUAM", DIZ DELEGADO-GERAL DA PC

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, manifestou-se sobre o caso em um vídeo e alegou que as investigações sobre o caso vão continuar. Arruda afirmou ainda esperar uma apuração justa do ocorrido. 

"Tão logo tomamos conhecimento dos fatos, acionamos a Corregedoria da Polícia Civil, que se deslocou até o local e acompanhou a ocorrência até o final. Um policial civil foi autuado em flagrante, por disparo de arma de fogo. Outro policial teve sua carteira e sua arma retida pela Corregedoria da Polícia Civil. Os dois traficantes também foram autuados em flagrante e as investigações continuam, para que tenhamos uma justa apuração dos fatos", afirmou. 

SUSPEITO CONFESSOU ATUAÇÃO NO TRÁFICO

Em depoimento, o suspeito de 22 anos confessou estar atuando como olheiro do tráfico de drogas, afirmou que as drogas pertenciam ao adolescente, e que ele estaria no local para comprar a droga do adolescente. Ele foi autuado em flagrante por colaborar como informante do tráfico de drogas, sendo encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari.

O adolescente de 16 anos responderá por ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas, e foi reintegrado à família após o familiar assumir o compromisso de comparecer ao Ministério Público, quando solicitado.

Posicionamento da Polícia Civil na íntegra

A Polícia Civil informa que, na noite desse sábado (03), dois policiais civis de folga receberam uma denúncia sobre elementos armados em uma região de intenso tráfico de drogas, conhecida como 'Buraco Quente', no bairro Itapebussu, em Guarapari.

Os policiais se dirigiram até o local, onde se depararam com os suspeitos. Houve troca de tiros e dois deles, de 16 e 22 anos, foram detidos. O adolescente foi atingido na perna direita, estando, até este momento, hospitalizado. Foi apreendida uma bolsa, encontrada entre os suspeitos, contendo 67 pinos de cocaína, 55 pedras de crack e R$ 515,25 reais.

Durante a ação, os policiais abordaram um veiculo que passava pela via, e o capô do carro foi atingido por disparo de arma de fogo. Nenhum passageiro que estava no veículo ficou ferido. Foi realizada a perícia e posteriormente o veículo foi restituído ao dono.

Em depoimento, o suspeito de 22 anos confessou que estava atuando como olheiro do tráfico de drogas e afirmou que as drogas pertenciam ao adolescente, e que ele estaria no local para comprar a droga do adolescente. Ele foi autuado em flagrante por colaborar como informante do tráfico de drogas e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari.

O adolescente de 16 anos responderá por ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas, e foi reintegrado à família após o familiar assumir o compromisso de comparecer ao Ministério Público, quando solicitado.

Em razão dos policiais civis apresentarem alteração psicomotoras, como odor etílico e falas desconexas, a Corregedoria da Polícia Civil foi acionada.

O policial civil que efetuou os disparos foi autuado em flagrante por disparo de arma de fogo majorado. Por se tratar de um agente de segurança pública, não cabe fiança na esfera policial. Ele foi encaminhado ao Alfa 10 (presídio de policiais). O segundo policial civil foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento.

As carteiras funcionais e as armas dos policiais civis foram apreendidas. O procedimento criminal foi encaminhado na integralidade à Corregedoria da Polícia Civil para as demais diligências que o requer. Foi instaurada uma Investigação Sumária na Corregedoria da corporação para analisar o caso no âmbito administrativo

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