Ele começou a me beijar, na minha nuca; e eu fingindo que estava dormindo para não acontecer nada. Ele fez uma coisa muito ruim comigo, mãe. Com essas palavras, uma menina de apenas 13 anos de idade contou o que o pai dela um policial militar do Espírito Santo teria feito durante a noite do domingo, 2 de agosto.
Filha de pais separados, a adolescente estava na casa do pai, em Vila Velha, quando o estupro teria acontecido. O relato foi feito à mãe da vítima, por meio de uma mensagem de áudio, nove dias depois do ocorrido. O meio e a demora seriam frutos da vergonha que a vítima sentiu, após sofrer os abusos sexuais.
Logo após esse diálogo, a menina teria conseguido vestir a calcinha e sair do quarto. Ele foi atrás dela, mas meu filho mais velho acabou acordando, assustado, explicou a mãe. Em entrevista à TV Gazeta, ela também disse que o pai teria pedido à filha que não relatasse nada à mãe.
Porém, ao ter ciência do estupro, a mulher registrou o caso junto à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar. Quero que ele pague o que ele fez com a minha filhinha. Quero justiça. Quero que ele seja preso, afirmou. A identidade dela foi preservada para resguardar a vítima.
Questionado sobre o que teria acontecido naquela noite, o policial militar admitiu que abraçou e beijou a nuca da menina. Porém, os atos teriam acontecido sem querer, por ele ter confundido a menina com a própria namorada. Assim, que percebeu o engano, ele teria pedido desculpas e voltado a dormir.
Em momento nenhum abusei sexualmente da minha filha. Ela relata que teve um sonho e foi para o meu quarto. Lá é o meu momento de intimidade, eu estava sem roupa, dormindo. Quando ela deitou ao meu lado, achei que era a minha namorada e dei um beijo. Pedi perdão, desculpa, e ela saiu do quarto, explicou.
No ano passado, esse policial militar teria estuprado outra adolescente, de 15 anos de idade. A vítima é filha da melhor amiga da ex-mulher, que relatou os abusos acima. Por causa desse caso, o soldado chegou a ficar um mês preso no quartel, mas acabou liberado por falta de provas.
Em entrevista ao repórter André Falcão, da TV Gazeta, a mãe da adolescente de 13 anos ainda revelou que teria sido agredida pelo ex-marido. Eu tenho uma Lei Maria da Penha contra ele. Ele diz que eu caí da escada. Ele conta um monte de mentira, afirmou.
Afastado desde 2 de junho de 2019 por causa das investigações, o policial militar responde a um processo administrativo de natureza demissionária por causa da suspeita do estupro da adolescente de 15 anos. Ou seja, ele pode ser expulso da Polícia Militar do Espírito Santo.
De acordo com informações passadas pela PM, a nova acusação (sobre a filha do policial) será anexada a esse processo que já está em andamento. A Corporação também afirmou que repudia veementemente atos dessa natureza, independentemente de quem os pratica.
Por meio de nota, a Polícia Civil garantiu que o caso segue sob investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Mandados de intimação para que as partes envolvidas sejam ouvidas já foram expedidos para que sejam tomadas as medidas necessárias de urgência.
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