Um policial militar, identificado como Renato do Amaral Pereira, foi preso na madrugada deste domingo (24), após se envolver em uma confusão durante uma blitz da Lei Seca, na Enseada do Suá, em Vitória. Em certo ponto, ele chegou a agredir o delegado da Polícia Civil Maurício Gonçalves da Rocha, chefe da Divisão Especializada de Delitos de Trânsito.
Informações obtidas em primeira mão pelo repórter Vinícius Lodi dão conta de que tudo começou após um veículo ser abordado na rua Marilia de Rezende Scarton Coutinho. Após todos desembarcarem, o condutor, também não identificado, recusou o teste do bafômetro, e, quando a polícia informou que seria lavrado um auto de infração, o homem que estava no carona, que se identificou como policial militar, tentou interferir, sugerindo que auto não fosse lavrado.
Quando foi negado, o militar, que apresentava sinais de embriaguez, começou a se exaltar e a xingar, e que, após ser dada voz de prisão a ele, não se deixou algemar, caindo no chão com os agentes da corporação civil, enquanto o delegado pedia para que se acalmasse e cooperasse.
Renato insistiu que não precisava ser algemado e, após todos terem se levantado, aproveitou-se de um momento de distração do delegado, que falava ao celular, para lhe dar um soco na região da orelha. Cinco pessoas teriam sido necessárias para contê-lo enquanto gritava ameaças, sendo que, além do delegado, outro policial teria ficado ferido.
Em nota, a Polícia Civil informa que o policial militar, conduzido à Delegacia Regional de Vitória, foi autuado, em flagrante, duas vezes por lesão corporal praticada contra autoridade policial no exercício da função, por patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, por resistência à ação policial e por desacato a funcionário público.
“Ele foi encaminhado ao presídio Militar, no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar, à disposição da Justiça.”
O condutor do veículo, que negou o teste do bafômetro, não chegou a ser conduzido à Delegacia.
Em nota, a Polícia Militar meramente confirmou a prisão e destacou que "adotará todas as medidas necessárias e cabíveis para apurar a conduta do policial militar envolvido no fato."
Em nota emitida na tarde deste domingo (24), o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo (Sindepes) classificou a situação como “profundamente lamentável”.
“Estaremos vigilantes para que este fato seja tratado com a seriedade que merece, com a apuração rigorosa dos fatos e providências que o caso requer.”
Na segunda-feira (25), a reportagem da TV Gazeta tentou, novamente, contato com o delegado Maurício Gonçalves da Rocha, mas não conseguiu contato com ele. A Associação das Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (Aspra-ES) divulgou uma nota dizendo que acompanha o caso de perto e que o setor jurídico da associação já entrou na representação legal do cabo Renato do Amaral Pereira.
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