Principal suspeito de ter assassinato o sobrinho, o policial civil aposentado Adilau Vieira da Costa chegou a tirar um total de 1786 dias de licença médica, enquanto estava na ativa. Ou seja, durante os 24 anos em que trabalhou para a entidade no Espírito Santo, em praticamente cinco, ele esteve afastado da função. Todos os dados estão disponíveis no portal da transparência do Estado.
Imediatamente antes de tirar a aposentadoria, em 6 de março de 2006, ele chegou a ficar afastado 310 dias seguidos em consequência de duas licenças médicas tiradas de forma consecutiva, em 30 de abril e 6 de dezembro de 2005. A partir da entrada dele na entidade, ele só não pediu afastamento em oito anos: 1988, 1991 e de 1995 a 2000.
Em entrevista concedida na saída da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória nesta terça-feira (14), Adelias Vieira da Costa falou sobre o temperamento do irmão. Desde a época em que trabalhava, ele já era problemático. Teve uma época em que ele fez alguns tratamentos e depois se aposentou, lembrou o delegado aposentado, pai da vítima.
Ainda de acordo com Adelias, a arma usada no crime desta manhã foi registrada pelo irmão após o pedido de aposentadoria. Quando ele se aposentou, ele não tinha arma. Há cerca de um ano é que ele registrou essa pistola de calibre 380. Acredito que um psicólogo credenciado constatou que ele era uma pessoa física e mentalmente apta a adquirir a arma, que está no nome dele, revelou.
Segundo a Polícia Militar, na manhã desta terça-feira (14), o policial civil aposentado Adilau Vieira da Costa atirou no sobrinho Jackson Rodrigues da Costa, de 35 anos, depois de uma discussão a respeito do descarte de lixo do local onde eles moravam um terreno que abriga mais de 20 pequenas casas, no bairro Glória, em Vila Velha.
De acordo com testemunhas, os dois chegaram a brigar fisicamente, antes do tio sacar a arma. Conforme detalhado pelo próprio pai da vítima, os dois já haviam se desentendido outras vezes, por causa do convívio diário. O suspeito morava no local há cerca de um ano, depois de pedir ajuda ao irmão.
Questionada sobre a natureza dessas licenças, a Polícia Civil afirmou que elas são de caráter pessoal, não cabendo a divulgação de tais informações. "Todos os dados públicos relativos ao período em que o cidadão fez parte dos quadros da Polícia Civil estão disponíveis no Portal da Transparência", concluiu a nota.
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