ATUALIZAÇÃO: O texto foi atualizado com a versão de José Dorio Machado Júnior, que se pronunciou por suas redes sociais após a publicação da matéria
O policial civil José Dorio Machado Júnior é candidato a vereador na Serra cidade onde ele se envolveu em uma discussão neste sábado (31) e durante a qual tirou um advogado à força do carro, apontou a arma e chegou a dar voz de prisão. Tudo isso na entrada de um condomínio, em Colina de Laranjeiras.
Acionada logo após a confusão, a Polícia Civil informou que o investigador estava afastado "de suas atividades na Corporação, por motivos pessoais". Porém, em consulta ao Portal da Transparência do Governo do Espírito Santo, é possível ver que a licença de 93 dias é devido a "atividades políticas".
Tirada no meio de agosto, a licença tem término previsto para 15 de novembro, data do primeiro turno das Eleições 2020. Aos 47 anos, o policial é candidato pelo Partido Republicado da Ordem Social (Pros) e usa o nome de "Dorinho Machado" na campanha. Os dados estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Esta não é a primeira vez que ele se candidata a uma vaga na Câmara Municipal da Serra. Entre julho e agosto de 2016, ele também tirou uma licença para se dedicar à disputa. Naquela oportunidade, ele terminou como suplente, pela mesma sigla, que elegeu Basílio Antônio Neves Santos, o "Basílio da Saúde", por coeficiente partidário.
Presidente do Diretório Municipal do Pros na Serra, Gustavo Peixoto tomou conhecimento do fato por A Gazeta e afirmou que espera que "os fatos sejam devidamente apurados e esclarecidos pelas autoridades competentes". Ele também repassou a versão do policial à reportagem. (confira abaixo)
O desentendimento entre José Dorio Machado Júnior e Luis Costa aconteceu no início da tarde deste sábado (31), na frente do condomínio onde mora o policial. Nesta data, o advogado estava no local para almoçar com uma funcionária que estava hospedada em um apartamento, alugado temporariamente pelo Airbnb.
Embora possuísse autorização da proprietária para entrar com o carro e já tivesse frequentado o local de automóvel, ele contou que não foi reconhecido pela portaria, que não conseguiu contato com a amiga e teve a entrada barrada. A funcionária também pediu para que o advogado retirasse o carro do portão e ameaçou chamar a polícia.
"Quando olhei para trás, o senhor José Dorio já estava ao meu lado, fora do veículo. Ele me abordou e perguntou o que estava acontecendo. Eu expliquei que estava ao telefone pedindo autorização para entrar no condomínio. Mas ele se irritou e começou a gritar, mandando eu descer do carro e pedindo meu documento", contou Luis.
Sem farda, o policial teria mostrado o distintivo e puxado a arma, pouco antes de dar voz de prisão ao advogado. Segundo Luis Costa, o próprio agente abriu a porta do carro por dentro, danificando a lataria. A namorada do civil também estava no carro e conseguiu gravar parte da confusão e acionar a Polícia Militar.
Por volta das 20h40 deste sábado (31), o policial José Dorio Machado Júnior disse ao presidente do Pros-Serra que estava na delegacia para prestar os esclarecimentos necessários, por causa da confusão do início da tarde. Quem atendeu o celular, foi a esposa dele, que explicou o que tinha acontecido mais cedo.
"Dorinho Machado estava na fila de carros para entrar no condomínio onde reside, quando um carro à sua frente se recusou a realizar identificação para adentrar. A segurança não permitiu a entrada e o motorista do veículo se alterou com ela, causando grande transtorno. Dorinho abordou o motorista e deu voz de prisão", relatou o presidente do Pros-Serra.
Por volta das 23 horas deste sábado (31), após ver a matéria nas redes sociais, o policial civil licenciado José Dorio Machado Júnior, se manifestou em sua conta no Facebook. De acordo com a versão dele, Luis tentou entrar no condomínio sem a autorização da dona do apartamento.
"Por consequência, a portaria não autorizou a entrada do carro, interrompendo a entrada de carros no condomínio, e o mesmo não quis tirar o veiculo para passagem dos carros dos moradores", disse na postagem.
José Dorio ainda afirmou que, diante da situação, a porteira falou que ia chamar a polícia. "Então fui até o carro do cara e falei com ele para tirar o carro da frente do portão e se identificar com a colaboradora e resolver o problema. Ele não quis tirar o carro e falou que ia esperar a policia. Ai eu me identifiquei como policial e pedi os documentos dele e do carro e que ele saísse do carro como forma de segurança", escreveu.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o fato foi registrado por meio de um boletim on-line e que a Corregedoria da Corporação estava ciente, já investigando o ocorrido. "Para que esta apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada, no momento", afirmou.
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