Um dos presos na operação que resultou na apreensão de 510 kg de cocaína em Vila Velha nesta terça-feira (7) ofereceu aos policiais R$ 1 milhão para que fosse solto. A informação consta no documento da audiência de custódia de Leonardo de Padua Barbosa Pulis, João Vitor dos Santos e Bruno da Silva Alves - este é o que tentou subornar os agentes - e que está disponível no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
O documento aponta que, no momento em que foi detido pela Polícia Militar, Bruno se identificou como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil e que tem atuação no Espírito Santo, oferecendo a quantia milionária para que fosse solto.
Na linguagem do crime, o termo "milicianos" se refere ao modo que bandidos chamam policiais.
As prisões aconteceram durante a Operação Solis, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e de São Paulo e que contou com o apoio da Polícia Militar capixaba e paulista, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal.
A ata da audiência de custódia detalha que, além da cocaína, foram apreendidos duas máquinas de embalagem a vácuo, dois aparelhos de selagem e material para embalo de drogas. A Polícia Federal ainda apreendeu uma caminhonete Toyota Hilux e uma motocicleta BMW R1200 GS. Também foram encontrados R$431,00 em espécie, 22.000 guaranis paraguaios, três dólares americanos e quatro relógios.
A Polícia Federal estima que o prejuízo financeiro causado pela operação aos criminosos tenha sido superior aos R$ 130 milhões. O documento explicita também que os três criminosos presos tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva.
O objetivo da ação é combater o tráfico de drogas por integrantes da organização criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) em cidades do Espírito Santo e de São Paulo.
A reportagem de A Gazeta procurou a Polícia Federal para comentar o caso e aguarda o retorno da demanda.
Duas apreensões, que totalizaram quase 900 quilos de cocaína, ocorreram com 24h de intervalo desta semana no Espírito Santo. A primeira, de 510 kg da droga, foi realizada na manhã de terça-feira (7), em uma casa no bairro Interlagos, em Vila Velha. A segunda, nesta quarta (8), ocorreu na Praia do Ribeiro, Praia da Costa, no mesmo município, e recolheu 380 kg de cocaína e uma lancha usada pelos criminosos. Segundo o superintendente da Polícia Federal no Estado, delegado Eugênio Ricas, o prejuízo à criminalidade certamente ultrapassou a marca dos R$ 230 milhões.
Eugênio Ricas explicou que a localização da quantidade de droga derivou de ações coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e de São Paulo, que teve o apoio da Polícia Militar capixaba e paulista, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da PF. Devido ao volume de entorpecente encontrado, a PF cogita que alguma grande organização criminosa tenha participação no esquema.
“Estamos investigando quem são e já podemos dizer que fazem parte de um grande grupo, provavelmente do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção brasileira. Nós não temos cultivo de coca no Brasil, o que indica que o produto pode ter vindo de algum país vizinho da América do Sul. O destino, nós ainda não conhecemos, mas é possível que haja ligação do caso com o esquema de colocar drogas em cascos de navios para tráfico para outros continentes”, disse Eugênio Ricas.
O título da versão anterior desta reportagem atribuía somente à Polícia Federal, equivocadamente, a operação que resultou na apreensão de mais de 500 kg de cocaína. No entanto, a Operação Solis foi comandada pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e de São Paulo, com o apoio da Polícia Militar capixaba e paulista, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal. O título da reportagem foi corrigido.
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