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Preso em operação no ES pensou que não seria achado no 'fim do mundo'

Preso em operação no ES pensou que não seria achado no 'fim do mundo'

Jovem de 19 anos disse à polícia estar surpreso de ser encontrado em colheita de café em Ponto Belo, Norte do Estado; ele vendia fotos de exploração sexual infantil na internet

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 17:36

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Operação Teseu, focada no combate ao abuso e exploração sexual infantil, prendeu quatro pessoas no Espírito Santo.
Polícia Civil dá mais detalhes da operação. (Polícia Civil)

Quatro suspeitos de armazenar conteúdos de abuso e exploração infantil foram presos em flagrante entre abril e agosto deste ano em Vila Velha e Fundão, na Grande Vitória, e em Linhares e Ponto Belo, no Norte do Espírito Santo, durante a Operação Teseu, da Polícia Civil. Entre os detidos em flagrante está um jovem de 19 anos, encontrado em uma colheita de café na zona rural, no dia 6 de agosto. Em depoimento, ele afirmou aos policiais que não esperava ser encontrado “no fim do mundo”.

O rapaz foi preso em Ponto Belo, cidade no extremo Norte capixaba. A Polícia Civil chegou até ele por meio de uma denúncia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Segundo o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, o suspeito vendia pacotes de fotos contendo material de exploração sexual infantil pela internet.

Aspas de citação

Ele cobrava ali em torno de R$ 20 a R$ 40 para vender esses pacotes que eram fotos baixadas de um aplicativo de mensagens, que não contribui com a polícia no fornecimento de dados. Consta no depoimento dele que ele não achou que fosse ser encontrado no ‘fim do mundo’. E realmente foi muito difícil o localizar naquele momento

Brenno Andrade
Delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC)
Aspas de citação

Operação Teseu

Operação Teseu, focada no combate ao abuso e exploração sexual infantil, prendeu quatro pessoas no Espírito Santo.(Polícia Civil )

O balanço da operação, nominada de Teseu, foi apresentado pela Polícia Civil na tarde desta terça-feira (17), em coletiva de imprensa. A ação teve como foco o combate ao abuso e exploração sexual infantil. No total, foram apreendidos cinco celulares e em um dos aparelhos, e encontrados mais de 4 mil arquivos de conteúdo de abuso infantil, evidenciando a gravidade dos crimes investigados.

Além do jovem detido em Ponto Belo, a polícia prendeu outros quatro suspeitos de armazenar conteúdo de abuso e exploração infantil. 

Primeira prisão

A prisão aconteceu no dia 23 de abril deste ano em Santa Mônica, Vila VelhaA polícia recebeu denúncias de que o suspeito, de 42 anos, armazenava e compartilhava conteúdos de abuso infantil. As imagens seriam dos abusos cometidos pelo homem contra um adolescente. Quando começou a sofrer os crimes, o menor tinha 12 anos.

A reportagem de A Gazeta chegou a publicar o caso. Na casa em que foi preso (veja imagens acima), considerado um "ambiente insalubre" pela polícia, tinha computador e videogame, itens que eram usados para chamar atenção das vítimas. A vítima era vizinho do abusador e confirmou à polícia ter sido vítima do homem.

Após a prisão do homem, segundo o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, mais dois adolescentes procuraram a polícia para denunciar os abusos cometidos por ele. O suspeito confessou o crime.

4 mil arquivos de abuso infantil

Em maio de 2024, um auxiliar de serviços gerais, de 28 anos, foi preso em flagrante com 4 mil arquivos de abuso infantil armazenados, no município de Linhares, no Norte do Estado.

Fotos íntimas da irmã da ex-namorada

Durante o curso da operação e investigações, a polícia chegou a um homem de 27 anos que tinha fotos da irmã adolescente da ex-namorada no celular. Ele foi preso no dia 17 de agosto, em Fundão.

O delegado Brenno Andrade explicou que ele tirava fotos da menor dormindo e de suas partes íntimas. A polícia chegou até ele após uma agência internacional indicar mídias contendo imagens de abuso infantil no aparelho do suspeito.

Para a polícia, ele justificou que outras pessoas teriam entrado em contato com a ex-namorada dizendo ter fotos dela e, para não divulgar, ele deveria produzir fotos de menor de idade.

“Não acreditamos nisso. No celular que periciamos, a gente não encontrou ameaças ou cobranças. A gente entende que de livre e espontânea vontade, ele tirava fotos da irmã da ex”, ressaltou o delegado.

O suspeito já tem três passagens pela polícia por ameaça, estupro de vulnerável e Lei Maria da Penha.

O delegado explicou que as quatro investigações são de crimes que podem ser esquadrados em estupro de vulnerável, armazenamento de material de exploração infantil, compartilhamento de material de exploração e abuso infantil.

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