O homem de 35 anos, preso na quarta-feira (12), em um prédio de luxo na Praia da Costa, em Vila Velha, chegou a movimentar R$ 1 milhão por semana com a revenda de drogas para microtraficantes do Espírito Santo. A informação foi divulgada pelo delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda, em coletiva de imprensa na tarde desta quinta. O preso não teve o nome divulgado.
“Não falamos de um traficante qualquer. Ele mora com a mãe em um prédio de luxo e é traficante em toda a Região Metropolitana, vive disso", destacou o chefe da PCES.
O delegado Tarcísio Otoni, chefe do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc), esclareceu que o preso vinha de uma família de classe média e não tinha histórico criminal.
“Ele tinha todas as oportunidades para levar a vida de forma honesta e optou pelo dinheiro fácil. Ele informou para a polícia que prestava serviço para prefeituras, mas não identificamos. A investigação mostrou que ele movimentava milhões de reais pela venda de drogas.”
Dentro do apartamento em Vila Velha, a equipe do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc) encontrou 11 kg de crack, 1 kg de cocaína pura e mais de R$ 70 mil em dinheiro físico. Para se ter ideia, cada quilo de crack faz, em média, quatro mil pedras, segundo a polícia.
“Ele recebia e comprava com a missão de distribuir para microtraficantes, para venderem na boca de fumo. Ele tinha um contador de cédulas, que demonstra a (grande) quantidade de dinheiro que ele manipulava.”
A prisão, inclusive, se deu logo após uma venda. Ainda de acordo com o delegado, a mãe estava no apartamento quando o homem foi preso e se mostrou surpresa com a situação, dizendo jamais esperaria isso dele, que já teve um irmão preso por tráfico.
Ele já atuava no ramo há um ano e abastecia outros traficantes menores da Grande Vitória, mas também de outras cidades capixabas, sobretudo da Região Norte, como Linhares e São Mateus. Toda a logística do crime era efetuada pelo preso, que agia sozinho, mas tinha contatos dentro e fora do Estado para comprar os entorpecentes.
O delegado explicou ainda que o preso utilizava um veículo do modelo picape para fazer as entregas. Para não levantar suspeita, ele fazia fretes e escondia o dinheiro e as drogas embaixo da carroceria, em um local parafusado.
No apartamento, além das drogas, foram apreendidas duas máquinas, o contador de dinheiro e um embalador das notas. As drogas eram escondidas em malas e, segundo a polícia, por causa disso, a mãe não sentia o cheiro dentro de casa.
“Os rótulos indicam a origem dos entorpecentes e o Brasil normalmente não produz, então vem da Colômbia e países andinos. Vamos investigar a origem (das drogas), destinação e a lavagem de dinheiro. As investigações apontaram (ainda) que ele era fornecedor de droga sintética e estamos indo nessa linha de investigação também”.
O preso foi autuado e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).
“Essa ação é uma mensagem de que somos intolerantes à oferta de drogas que prejudicam a saúde pública e contribuem para a violência. A pena passa de 20 anos para (os crimes) que ele vai responder", salienta o titular do Denarc, Tarcísio Otoni.
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