Um professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) foi preso dentro de casa no bairro Jardim Camburi, em Vitória, na terça-feira (14), após ser denunciado pela esposa por agressão física e psicológica. O homem acusado do crime é, segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Carlos Alberto Dutra Fraga Filho. A vítima tem 30 anos e disse que tentou ligar para a polícia algumas vezes, mas foi impedida pelo marido. Para se proteger, ela precisou se trancar no quarto.
O boletim de ocorrência detalha que a mulher estava em casa quando o homem chegou ao local com uma postura agressiva. Ele teria começado a xingar e ofender a mulher. A vítima, então, se trancou no quarto. O homem, porém, arrombou a porta. Depois disso, o professor teria segurado a mulher pelos braços, gerando escoriação no ombro direito dela.
A mulher relatou que conseguiu se desvencilhar, com a intenção de fugir do marido. A vítima foi em direção à porta e, ao colocar a mão na chave, Carlos teria entrado na frente dela, causando um arranhão na mão direita, segundo relatado no boletim.
Durante as agressões, a mulher revelou que tentou sair de casa e também ligar para a polícia pelo número 190, mas foi impedida pelo homem. A vítima ainda afirmou aos militares que já registrou um boletim por ameaça contra Carlos Alberto.
O boletim da Polícia Militar informa que o homem também manifestou interesse em representar contra a esposa. Ele negou ter cometido o crime e afirmou ter arrombado a porta dentro de casa porque a vítima estaria tomando medicamentos.
Carlos Alberto Dutra Fraga Filho é professor da área de Tecnologia do Instituto Federal do Espírito Santo. De acordo com o portal da transparência, mantido pelo governo federal, o servidor é efetivo e atua no Ifes desde 2010.
Carlos Alberto Dutra Fraga Filho foi encaminhado à 1ª Delegacia Regional de Vitória. Em nota, a Polícia Civil informou que o professor foi autuado em flagrante por lesão corporal e ameaça, ambos na forma da Lei Maria da Penha, e encaminhado ao sistema prisional. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável por monitorar entradas e saídas do sistema prisional, detalhou que o professor está no Centro de Triagem de Viana desde terça-feira (14).
O Instituto Federal do Espírito Santo também foi procurado pela reportagem de A Gazeta para dar mais detalhes sobre a atuação do professor e se haverá alguma apuração interna. Em nota, o Ifes informou que, em casos ligados exclusivamente à vida privada dos servidores, que não envolvem denúncias sobre a conduta em relação a outros servidores ou estudantes, as apurações e eventuais sanções aplicadas se dão na esfera policial e judicial. Apesar disso, o Ifes afirmou que não compactua com comportamentos violentos.
"A instituição é responsável pelas providências administrativas que sejam necessárias após o desenrolar de cada caso. No caso de existirem denúncias acerca da conduta do servidor em relação a outros servidores ou estudantes, a Corregedoria da instituição é acionada para apurar os fatos de forma imediata. O Ifes não compactua com comportamentos violentos e tem feito um trabalho de prevenção e orientação sobre a temática junto à comunidade acadêmica", informou, em nota.
No último dia 7, um coordenador do Ifes se entregou à polícia por crime semelhante. Sebastião Guilherme Giles, de 56 anos, é coordenador de obras e manutenção do campus do Ifes em Vitória. Ele estava foragido desde dezembro de 2024, mas se entregou na delegacia em Vitória no dia 7. Ele foi preso por agredir e ameaçar a ex-companheira de morte.
A ex-mulher do servidor federal de 35 anos contou em depoimento à Polícia Civil que eles foram casados por 14 anos e estão separados há dois. Ela informou que já foi agredida e ameaçada de morte pelo menos três vezes. Em uma das discussões, ela afirmou que o ex também ameaçou matar o filho dela com um facão.
A Polícia Civil informou que, após o homem se apresentar na delegacia, foi dado cumprimento ao mandado de prisão que constava em seu desfavor. Após os procedimentos, ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana. O Ifes do Campus de Vitória disse que tomou conhecimento dos fatos e encaminhou a demanda para a área jurídica da instituição e as orientações sobre os procedimentos administrativos no caso ainda não foram definidos.
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