A professora Juliana Zuccolotto, da Faesa, foi afastada da instituição depois de ser autuada por injúria racial. A docente foi acusada por uma estudante, na última quarta-feira (22), após proferir uma fala sobre tatuagens e pele negra.
O afastamento foi confirmado pela Faesa nesta sexta-feira (24). “A instituição informa que a professora está afastada de suas atividades e um processo administrativo já está em andamento para que todas as providências sejam tomadas”, declarou.
A Faesa ressaltou ainda que repudia todo e qualquer ato ou manifestação discriminatória e preconceituosa.
O caso ganhou as redes sociais quando Carolina Bittencourt, aluna do curso Design de Moda, falou sobre a situação por meio de stories em seu perfil no Instagram.
"Acabei de passar por um preconceito na sala de aula. A professora Juliana Zuccolotto citou sobre tatuagem e começou a falar da origem dela (da tatuagem), que veio do presidiário, da prisão. Estou muito nervosa, não estou nem conseguindo falar direito, acabei de sair da sala. Ela falou que era muito feio tatuagem, e mais feio ainda para quem tinha a pele negra e que parecia pele encardida", contou a jovem, muito abalada, em vídeos publicados no perfil dela.
Na ocasião, a Polícia Militar informou que foi acionada durante a manhã. "No local, uma aluna fez contato com a guarnição e relatou que durante uma aula uma professora teria solicitado que quem tivesse tatuagem levantasse a mão e, após ela levantar, a mulher teria citado suas características físicas e dito que tatuagem em pele negra parecia encardido e que, também, jamais faria tatuagem nela, pois as marcas seriam coisas de escravos e ela não era escrava", disse a corporação, em nota.
Os militares também conversaram com a professora. "Ela relatou que somente fez um comentário acerca da história do uso de tatuagem e que fora mal interpretada pela aluna, contudo se dispôs a prosseguir à delegacia para esclarecer os fatos", completou a corporação.
A estudante e a professora foram até a Delegacia Regional de Vitória, onde prestaram depoimento. Segundo a Polícia Civil, Juliana, de 61 anos, foi autuada em flagrante por injúria racial.
"Como as penas não ultrapassam quatro anos de detenção, uma fiança foi arbitrada pela autoridade policial, conforme artigo 322 do Código de Processo Penal. Ela foi liberada para responder em liberdade, após o recolhimento da fiança. O caso seguirá sob investigação", detalhou em nota.
A reportagem de A Gazeta tentou contato com a professora por telefone, mas as ligações não foram atendidas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta