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'Psicopata', diz polícia sobre acusado de matar  empresário em Aracê

"Psicopata", diz polícia sobre acusado de matar  empresário em Aracê

O assassino deixou um recado escrito com o sangue da vítima ao lado do corpo. O caso, que chocou moradores de Aracê, chegou ao fim após o acusado ser localizado em São Paulo.

Publicado em 4 de maio de 2020 às 15:55

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Assassino de empresário em Aracê, Domingos Martins, deixou uma mensagem escrita com sangue próximo ao corpo da vítima
Assassino de empresário em Aracê, Domingos Martins, deixou uma mensagem escrita com sangue próximo ao corpo da vítima. (Polícia Civil)

Polícia Civil prendeu o acusado de matar o dono de pousada Gerson João Modolo, no dia 23 de janeiro de 2019, em Aracê,  Domingos Martins. Na ocasião, o assassino usou o sangue do próprio empresário para deixar um recado no chão do local do crime, ao lado do corpo. O caso, que chocou moradores da região, chegou ao fim após o acusado ser localizado em São Paulo. A motivação do crime seria uma negociação de madeiras que não deu certo. Para a PC, o detido tem personalidade perversa, é um psicopata. 

Gerson estava sozinho em casa, já que a esposa levou a filha para outra cidade, no dia anterior ao crime. Ao retornar para a residência, a mulher encontrou o marido morto. Ao lado do corpo da vítima, o assassino escreveu, com sangue, a frase: "Se você não pode me pagar em dinheiro, me paga com a vida". Na época, vizinhos ficaram muito abalados, disseram que a vítima era uma pessoa tranquila e que desconheciam algum problema que Gerson teria com alguém.

VÍTIMA E ASSASSINO CHEGARAM A SER AMIGOS

De acordo com o delegado Alberto Roque Peres, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Venda Nova do Imigrante, a investigação mostrou que o indiciado chegou a trabalhar na pousada da vítima por um período e os dois fizeram amizade. Nessa ocasião, havia algumas madeiras da vítima na propriedade e em junho de 2018 o acusado se dispôs a levá-las à Grande Vitória para fazer móveis, dizendo que ambos receberiam dinheiro com isso.

"Durante a investigação, vimos que havia essa negociação entre indiciado e vítima. As madeiras foram entregues pelo acusado no município de Cariacica, onde foram feitos alguns móveis com ela. Esses móveis seriam usados tanto na pousada, quanto para revender. Porém, a qualidade do serviço não estava de acordo com o combinado, segundo a vítima. Daí começou uma série de discussões. O dono da pousada queria as madeiras restantes que ficaram com o acusado e uma indenização pelo serviço mal feito. Já o indiciado queria o valor pela entrega daquele material. A negociação causou prejuízo para ambos. Um cobrava o outro, dizendo que tinha razão e a situação foi se agravando", explicou. 

BRIGAS CONSTANTES PELA NEGOCIAÇÃO MALSUCEDIDA

Gerson foi morto dentro da pousada que era dono, em Aaracê
Gerson foi morto dentro da pousada que era dono, em Aaracê. (Reprodução / Site Montanhas Capixabas)

As brigas passaram a ser cada vez mais constantes entre os dois. Inclusive, quando Gerson descobriu que o acusado era procurado por um homicídio em Cariacica, chegou a fazer ameaças de entregá-lo à polícia.

"Isso gerou uma discussão que acabou culminando no homicídio da vítima, em janeiro de 2019. O local não indicava luta corporal. Pelas condições do crime, a pauladas, e pela forma que motivou o fato, uma briga por negociação, não achamos que foi planejado. Avaliando tudo, acreditamos que eles estavam discutindo o problema e durante a discussão o indiciado atacou a vítima com um pedaço de pau", finaliza o delegado.  

PRESO EM SÃO PAULO COM IDENTIDADE FALSA

A Polícia conta que, durante um ano e três meses de investigação, passou por vários municípios do Espírito Santo à procura do acusado. Porém, ele só foi localizado em Osasco, São Paulo, na última quinta-feira (29).

"O recado escrito a sangue que ele deixou no local da morte foi a primeira pista que tivemos para a motivação do crime. A PC de São Paulo, em parceria com a nossa polícia, fez a prisão e ele não reagiu. Ele, que estava com uma identidade falsa, agora aguarda a transferência para o Espírito Santo. O indiciado negou a negociação e o homicídio, além de negar também o outro homicídio que ele era procurado, ocorrido em Cariacica", contou o delegado.

"PERVERSO E PSICOPATA", DEFINE CHEFE DA POLÍCIA CIVIL

O Delegado-Geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, afirmou que o crime causa repulsa à sociedade por ser um caso hediondo e pela forma cruel com que foi praticado, não permitindo que a vitima esboçasse reação. 

"O indiciado, que já tinha um homicídio, apresenta personalidade perversa e psicopática. Após o crime, fez questão de deixar escrito com o sangue da própria vítima um recado no chão. No estudo da criminologia, caracterizamos esse ato como de uma personalidade perversa, que tem compulsão de matar e que deixa na cena do crime algo para aguçar a investigação, como quem diz "me descubra", desafiando os investigadores. É uma personalidade psicopática.  E pessoas desse perfil geralmente são envolventes, encantadoras e envolvem as pessoas ao ponto da vítima confiar nelas", afirmou.

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