O psiquiatra Bernardo Santos Carmo, que apontou uma arma contra um funcionário de um shopping em Vitória, após recusar o pedido do vendedor para colocar a máscara de proteção contra a Covid-19, foi indiciado pela Polícia Civil por porte ilegal de arma de fogo e ameaça.
No dia 8 de junho de 2021, o funcionário ficou na mira de uma arma depois de pedir ao psiquiatra para que ele colocasse a máscara contra a Covid-19. O vendedor registrou boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Vitória, denunciando Bernardo Santos Carmo.
Uma testemunha que presenciou a cena contou, na ocasião, o momento em que tudo aconteceu no interior de uma loja de papelaria e produtos eletrônicos.
"Eu estava passando e vi o cliente andando sem a máscara pelo corredor. Ele entrou na loja. Logo foi abordado por um atendente que disse 'o senhor pode colocar a máscara'. O cliente disse 'não'. O atendente respondeu que era lei e que o cliente precisava colocar a máscara. O homem respondeu 'eu faço a minha lei, não cumpro leis'", contou a testemunha, que não quis ser identificada.
Em nota enviada à reportagem de A Gazeta, a Polícia Civil informou que “o inquérito policial presidido por meio do 3º Distrito de Polícia de Vitória foi concluído e remetido à Justiça em novembro de 2021, com o indiciamento do médico por porte ilegal de arma de fogo e ameaça”.
O porte ilegal de arma significa que uma pessoa pode até ter a posse, a permissão para ter uma arma de fogo, no entanto, não é permitido sair com ela.
À época, o psiquiatra deu entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, e afirmou que não usa arma e sim um simulacro. “Eu não uso arma, eu uso simulacro de arma. Não há necessidade de porte de arma para airsoft”, contou. Airsoft é um tipo de arma de pressão com balas de plástico. Elas são produzidas de forma idêntica a armas de fogo.
Ao ser questionado se apontou uma arma para o vendedor da loja, ele disse que tem uma airsoft e que fez isso em defesa, pois estava em uma situação de perigo. Além disso, confessou que estava utilizando a máscara abaixo do nariz. "Meu Deus, eu tenho uma airsoft. Eu usei isso em estado de defesa, porque eu estava quase sendo linchado. Eu estava com máscara abaixo do nariz. E pouco abaixo", relatou.
A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa do psiquiatra Bernardo Santos Carmo. O texto será atualizado, caso algum posicionamento seja enviado ou a equipe consiga contato.
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