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Quadrilha furtava caminhões e fazia desmanche em aldeia indígena do ES

Quadrilha furtava caminhões e fazia desmanche em aldeia indígena do ES

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha tinha um lucro de entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por veículo furtado; 11 pessoas foram presas e sete seguem foragidas

Publicado em 7 de junho de 2021 às 17:53

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A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES
A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES. (Divulgação/PCES)

Uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões foi desarticulada na Operação Carga Pesada, da Polícia Civil. Segundo a corporação, os criminosos atuavam em todo o Estado, mas tinham como base as regiões de Praia Grande, em Fundão, e Nova Almeida, na Serra. A polícia afirmou que o lucro da organização era entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por veículo furtado e um dos locais de desmanche utilizados pelo grupo era dentro de uma aldeia indígena, em Aracruz.

O titular da Superintendência de Polícia da Região Norte (SRPN), delegado João Francisco explicou que esta fase da operação é um aprofundamento da primeira fase, realizada em março deste ano e na qual foi identificado que o grupo furtou mais de 300 caminhões. Na ocasião, três pessoas foram presas.

Nesta segunda fase da operação, foram presas 11 pessoas e sete permanecem foragidas, incluindo um homem apontado como coordenador do esquema e cabeça da organização. Cinco armas foram apreendidas. Ao todo, 24 inquéritos relacionados a furtos de caminhões serão concluídos pela polícia contra integrantes da quadrilha.

A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES
A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES. (Divulgação/PCES)

"Essa força-tarefa foi desenvolvida de uma maneira gradativa durante esses três meses. Na última quinta-feira (3), no feriado de Corpus Christi, nós deflagramos a última operação nesse período e, no total, tivemos 11 presos. Nós temos ainda sete foragidos. Foram recuperados 18 caminhões e nós vamos concluir 24 inquéritos que investigam esses fatos. Essa operação vai ter desdobramentos, nossas investigações continuarão, porque nós identificamos ramificações em outras partes do Estado", disse o delegado João Francisco.

LOCAL DE DESMANCHE EM ALDEIA INDÍGENA DE ARACRUZ

Segundo o delegado Rodrigo Peçanha, titular do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), os criminosos agiam de madrugada, furtando caminhões que estavam parados em lugares como postos de combustível e hotéis, onde, segundo ele, normalmente os motoristas descansam durante as viagens. Conforme explicado pelo delegado, os criminosos são habilidosos e muito silenciosos.

"Eles têm uma habilidade muito grande pra entrar no caminhão e acionar o caminhão, não dá nem um minuto pra isso. Então eles se privilegiavam desse silêncio noturno, adentravam nesses caminhões e furtavam esses veículos. E boa parte desses caminhões eram levados para Aracruz, para serem desmanchados", disse.

Um desses locais de desmanche, como informado pelo delegado, era dentro de uma aldeia indígena de Aracruz. Peçanha explicou que isso dificultava o trabalho de investigação da polícia e o dono da propriedade onde estava o local de desmanche recebia um pagamento pela utilização do terreno.

A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES
A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhões no ES. (Divulgação/PCES)

"Conseguimos identificar dois desmanches nesses últimos meses: um dentro de uma aldeia indígena e um próximo ao Sesc de Aracruz, em Praia Grande. Nós identificamos um casal de indígenas que tinha uma propriedade rural dentro da aldeia e o grupo achou atrativo porque passava despercebido pela polícia. Era um lugar bem isolado, não pega GPS direito… nós respeitamos muito as aldeias indígenas de Aracruz, infelizmente nesse caso teve essa conduta errada. Ele (o dono da propriedade) ganhava um valor mensal para ceder o imóvel dele onde eram desmanchados os veículos, e ele se encontra preso", afirmou.

Peçanha ainda contou que, na aldeia, foram encontrados dois caminhões inteiros, que foram devolvidos para os donos, além de três partes de caminhões que foram apreendidas. No outro local de desmanche também foram encontrados dois caminhões inteiros, que também foram restituídos aos donos, e três partes de caminhões. O delegado informou ainda que havia participação de empresários no crime, que vendiam as peças para as oficinas mecânicas principalmente no Sul da Bahia, onde, segundo o delegado, há menos fiscalização em ferros velhos.

"São pessoas que têm habilidade em mecânica automotiva. Alguns usuários de drogas e alguns microempresários que organizaram isso. Compravam o caminhão furtado e contratavam uma equipe para desmanchar os caminhões e revender as peças. Essa quadrilha desmancha caminhões e vende as peças, boa parte no Sul da Bahia", completou.

Segundo a polícia, os criminosos têm atuação em vários municípios do Espírito Santo, como Serra, Aracruz, Linhares, Nova Venécia, Colatina, Baixo Guandú, Ibiraçu, João Neiva e Fundão. As investigações continuarão para identificar mais membros da quadrilha e encontrar outros locais de desmanche de caminhões.

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