Em meio à intervenção federal no Rio de Janeiro para conter a violência, um bandido perigoso tentou migrar para o Espírito Santo. Era Satanás, como é conhecido Wellington Santos Vieira. Considerado de alta periculosidade, tem extensa lista de crimes que envolvem desde a atuação no tráfico de drogas no Rio ao assassinato de um policial militar no Estado de Sergipe. Na ficha criminal ainda constam assaltos com requintes de crueldade e tiros disparados contra fórum.
Natural de Sergipe, Satanás era foragido da Justiça. Escapou da cadeia quando cumpria pena por um dos vários delitos cometidos. Continuou no crime e foi deixando rastro por onde passou até virar um importante traficante de drogas no Rio de Janeiro. Com a intervenção federal, Satanás pensou em um destino: o Espírito Santo. Mas foi barrado graças à atuação da Polícia Rodoviária Federal, em março de 2018, em meio à Operação Égide, inicialmente montada para reduzir o roubo de cargas e a entrada de armas no Rio de Janeiro.
A PRISÃO
Satanás estava acompanhado de uma mulher e um taxista de Vitória, que ele teria contratado para buscá-lo no Rio de Janeiro. O veículo foi abordado pela PRF quando estava na BR 101, em Mimoso do Sul, próximo a divisa entre ES e RJ.
Na época, o ex-superintendente da PRF, Wyllis Lyra, relatou que, no momento da abordagem, o suspeito informou cerca de cinco nomes diferentes. Wellington tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio qualificado, pelo assassinato um militar em Aracaju, Sergipe, em novembro de 2016.
TRANSFERIDO PARA SERGIPE
Satanás deu entrada no sistema prisional do Espírito Santo no dia 2 de março de 2018. No dia 16 de março, foi transferido para Departamento do Sistema Penitenciário de Sergipe, segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça do ES.
Acionada pelo Gazeta Online, a Secretaria de Estado da Justiça de Sergipe (Sejuc) informou que Satanás foi levado ao Complexo Penitenciário Advogado Jacinto Filho (Compajaf), onde permanece preso.
Ainda segundo a nota, o comportamento do acusado é considerado bom no local e "em nenhuma ocasião foi necessário instaurar um procedimento administrativo disciplinar contra ele".
VIDA DEDICADA AO CRIME
Entre os crimes praticados por Wellington, somente em 2017, por exemplo, estão assaltos com requintes de crueldade, tiros disparados contra fórum e assassinato. Essas transgressões da lei foram registradas no estado do Sergipe, de onde Satanás é natural, e tiveram grande repercussão. O bandido chegou a ser preso, mas fugiu do sistema penitenciário sergipano.
Ainda preso em Sergipe, Satanás conheceu Valdeilson Luiz dos Santos, o Dedé, de 36 anos, com quem manteve parceria no crime fora da prisão. Ao contrário de Satanás, Dedé saiu da cadeia após receber alvará de soltura, e encontrou o velho amigo fora da prisão. A dupla passou a agir em quase todo o estado do Sergipe, principalmente na região conhecida como Grande Aracaju.
CRIMES DE REPERCUSSÃO
O primeiro dos delitos da dupla em 2017 foi em Areia Branca, a cerca de 45 quilômetros de Aracaju, capital do Estado. Satanás e Dedé estavam em uma confraternização na cidade, em outubro, e brigaram com um homem, fazendo ameaças de morte, mas foram contidos. Ainda irritados, eles deram seis tiros contra o fórum da cidade e fugiram, segundo Davi.
Um mês depois, no dia 12 de novembro de 2017, Satanás, Dedé e outros bandidos invadiram o Parque dos Falcões, uma reserva ambiental muito conhecida em Itabaiana, cidade vizinha de Areia Branca. Lá, assaltaram diversas pessoas e ainda mataram animais.
O último fato, em 2017, que chamou a atenção da Polícia Civil no Sergipe ocorreu em dezembro. Mais uma vez na companhia de Dedé, Satanás matou o policial militar aposentado Adilson Bispo Nunes, de 51 anos.
Segundo a polícia, o PM estava na porta de casa quando os criminosos o renderam pedindo a arma. Mesmo entregando sem reação, ele levou um tiro na nuca. Antes do crime, a dupla já havia roubado um carro. Eles tinham conhecimento de que ele era um capitão aposentado. Foram roubar a arma dele, mas, não satisfeitos, desferiram disparos contra a cabeça do policial, relatou o delegado.
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