Preso por suspeita de participação na morte da sua mulher, a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, o ex-prefeito de Catuji (MG) Fuvio Luziano Serafim tem 44 anos e era casado com a vítima desde novembro de 2018. Juliana foi encontrada morta num quarto de hotel em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, neste sábado (2).
Fuvio foi prefeito de Catuji, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, por dois mandatos, tendo sido eleito em 2012 e reeleito em 2016. Fuvio também é administrador de uma empresa de laticínios em Minas Gerais. A cidade mineira de Catuji tem 7 mil habitantes e fica a 70 quilômetros de Teófilo Otoni, onde Juliana atuava como médica psiquiatra. O pai de Juliana, Samir El-Aouar, foi prefeito e vereador de Teófilo Otoni e também é médico na cidade, que tem 140 mil moradores.
O casamento com Juliana foi o segundo do ex-prefeito de Catuji. Sua primeira mulher, Zeliane Rodrigues Soares, morreu em outubro de 2016, aos 29 anos, após sofrer acidente de trânsito na MG-342.
Após sua esposa ter sido encontrada morta em um quarto de hotel em Colatina neste sábado (2), Fuvio se tornou suspeito de ter participado do crime, tendo sido autuado por homicídio qualificado por motivo torpe, sem que a vítima tivesse direito à defesa e por ela ser mulher.
O motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, que estava hospedado no quarto ao lado, também foi autuado em flagrante pelas mesmas razões. Ele e o marido da vítima foram encaminhados ao sistema prisional capixaba. O caso seguirá sob investigação. A audiência de custódia está prevista para a manhã desta segunda (4).
No sábado (2), a Polícia Militar havia informado, em nota, que uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências de um hotel da cidade. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.
Ainda em relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, o marido da mulher compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Nesse momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.
Conforme consta no boletim de ocorrência da PM, um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar o ex-prefeito sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o homem relatou que a esposa teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na última sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo ele, a mulher estava feliz e ambos foram dormir às 20h.
O homem ainda relatou que, ao acordar por volta de 8 horas de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.
Em contrapartida, segundo o boletim de ocorrência da PM, o motorista do casal relatou ao agente da DHPP que foi chamado pelo marido da vítima para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a esposa havia caído no banheiro e precisava de ajuda.
Como ambos apresentaram informações diferentes do cenário encontrado pela perícia, foram encaminhados à Delegacia Regional do município.
Segundo o boletim de ocorrência, no quarto onde o casal estava hospedado havia garrafas de cerveja e sangue nas roupas de cama. A vítima foi encontrada machucada.
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