Considerado um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo e com 10 mandados de prisão em aberto pelo crime de homicídio, Erick de Almeida Bastos, o Menor Erick, de 25 anos, foi preso no bairro Porto de Santana, na madrugada deste sábado (14). Ele, que é uma das lideranças do tráfico de drogas em Cariacica, também é suspeito de envolvimento na morte de Filipe Sousa, o MC Lipin da B.E, que ocorreu na sexta-feira (13). Mas afinal, quem é o Menor Erick?
De acordo com a Polícia Militar, desde a adolescência Erick já praticava crimes: daí o apelido. Atualmente, conforme apuração de A Gazeta junto a fontes da Polícia Civil, o criminoso era um dos líderes da organização criminosa que tem sede no Morro do Quiabo, em Porto Novo. O papel dele era planejar e executar ataques armados.
Junto a Vinicius Domingos Lopes, o Cara de Vaca — preso em novembro de 2022 — os dois eram considerados os principais atores da organização criminosa quando se falava em execuções. Eram eles os responsáveis por implementar ações violentas para expansão de território contra a facção rival, o Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Apesar de ter a sede no Morro do Quiabo, a organização criminosa tem raízes fincadas em outros bairros de Cariacica, como Presidente Médici, Nova Canaã, Bairro Aparecida e Vila Graúna.
Quem coordena o tráfico nessas regiões, responsável pelos trâmites de compra das drogas para os aliados é Eduardo Lucas dos Santos Oliveira, o Duduzinho ou Da Roça. Ele consta na lista dos mais procurados de Cariacica. Apesar de ser considerado pela polícia uma das maiores lideranças da organização criminosa, ele não costuma se envolver em conflitos armados.
A prisão de Erick se deu após denúncias anônimas de que ele estaria armado em uma casa no bairro Porto de Santana. "A Força Tática foi verificar as informações. Ao se aproximarem da residência, as equipes verificaram que o indivíduo estava no terceiro andar armado. As guarnições conseguiram fazer o cerco, adentrar a residência e deter o indivíduo. Ele estava com um homem identificado como Hilariano, vulgo Naninho, que possui passagem por tráfico de drogas, e mais duas mulheres", detalhou a aspirante a oficial da Polícia Militar Costa, em entrevista à TV Gazeta.
Erick tentou se esconder no banheiro, armado com uma pistola com seletor de rajada, mas foi capturado.
Erick foi levado à delegacia e, com Hilariano, foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e receptação. "Foi dado cumprimento aos mandados de prisão em aberto que constavam em desfavor do indivíduo de 25 anos. Após os procedimentos de praxe, ambos foram encaminhados ao sistema prisional. As duas mulheres foram ouvidas e liberadas após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento", informou a Polícia Civil.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, denúncias deram conta de que Menor Erick seria autor do homicídio contra Filipe Sousa, o "MC Lipin da B.E", na tarde de sexta-feira (13). O motivo, apesar de não ter sido especificado, seria banal.
"Chegou ao nosso conhecimento que ele seria o suposto autor do homicídio, porém não conseguimos afirmar com certeza que foi ele, agora fica a cargo das investigações da Polícia Civil para saber se foi ele ou não", ponderou a aspirante Costa. Em nota, a Polícia Civil disse que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica e que detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.
Nas redes sociais, Filipe Sousa se apresentava como "MC Lipin da B.E" e tinha clipes publicados no YouTube. O jovem de 26 anos, que também trabalhava como coletor de lixo em Vila Velha, foi assassinado a tiros na rua onde morava, em Flexal II. No local a perícia encontrou 15 cápsulas.
Os tiros atingiram principalmente a cabeça e o tórax da vítima. Conforme apuração do repórter Álvaro Guaresqui, da TV Gazeta, Filipe havia saído de casa com a companheira quando foi morto.
Ninguém soube contar para a polícia como o crime aconteceu. Para a família foi um choque: parentes disseram que Filipe era trabalhador e não entendem o que aconteceu. A motivação também ainda não está clara para a polícia, que informou que Filipe não tinha passagens criminais.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta