A Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo vai investigar o caso do ex-soldado que fugiu de uma viatura enquanto era levado para o Hospital da Polícia Militar, em Vitória, na terça-feira (24). A Gazeta apurou que Luiz Aurélio Coutinho Júnior teve a demissão publicada há cerca de um mês e seguia detido em um presídio militar. A reportagem também levantou que a fuga do veículo oficial da PM não foi a única ocorrência envolvendo o homem que exigiu uma apuração interna da corporação.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (25) quanto à fuga, a Corregedoria afirmou que havia a suspeita de que Luiz Aurélio estivesse com uma condição de saúde "potencialmente grave". Durante o transporte, porém, o ex-soldado conseguiu abrir o compartimento da viatura na Avenida Leitão da Silva. Uma equipe da Patrulha Escolar, ao tomar ciência do ocorrido via rádio, foi ao local e conseguiu localizar o homem na região.
Foi informado ainda que Luiz Aurélio não estava com algemas. A justificativa, segundo a Polícia Militar, é que foi priorizada a rápida transferência para atendimento médico.
Ainda de acordo com a polícia, a demissão do agora ex-militar foi publicada no dia 14 de setembro de 2023. No Portal da Transparência do governo do Estado, o nome de Luiz Aurélio aparece como "desligado". Ou seja, não é mais servidor da corporação e nem considerado policial. A Gazeta perguntou por que Luiz Aurélio continua detido em um presídio militar, considerando que foi demitido. Por nota, a corporação informou que o risco e o comportamento são questões consideradas para que o interno siga detido no presídio militar. O Poder Judiciário que tem a responsabilidade de definir onde o interno fica preso.
Também segundo a nota enviada pela Corregedoria, o ex-soldado foi autuado em flagrante no dia 5 de junho de 2022. Não há detalhes, entretanto, sobre qual crime ele teria cometido.
A reportagem insistiu em perguntas feitas à Polícia Militar e procurou saber, por exemplo, qual crime foi cometido em junho de 2022 e desde quando o ex-soldado está preso. Em uma nova resposta, a corporação informou apenas que as acusações anteriores foram consideradas para que Luiz Aurélio fosse demitido.
A fuga da viatura, no entanto, não foi a primeira ocorrência envolvendo o nome de Luiz Aurélio Coutinho Júnior internamente na corporação. Confira abaixo outros casos levantados por A Gazeta.
Em julho de 2017, o repórter Vinícius Arruda, do jornal Metro, do Espírito Santo, foi detido após filmar uma abordagem que o então soldado Luiz Aurélio e outros militares faziam a suspeitos de terem assediado uma mulher em um ônibus, em Jardim da Penha, Vitória.
Alterado, o soldado aparece no vídeo ordenando que o repórter entregue o documento e o crachá. Na época, organizações e sindicatos que representam jornalistas repudiaram a prisão do profissional e chamaram de "autoritária e descabida" a ação dos policiais.
Que fim levou?
Um casal de idosos afirmou ter sido ameaçado pelo policial em outubro de 2019 na Serra. De acordo com eles, os dois saíam de um posto de combustíveis, quando o soldado Luiz Aurélio avançou o sinal vermelho e alegou que havia sido fechado pelo carro guiado pelo idoso. A esposa do motorista, uma mulher de 63 anos, contou que o ex-soldado se aproximou e bateu no vidro do carro com uma postura agressiva.
Ainda segundo a mulher, o soldado ameaçou puxar a arma e disse que prenderia o idoso. O homem de 72 anos foi preso por desacato e conduzido à 3º Delegacia Regional da Serra. No local, o filho do casal gravou um vídeo discutindo com o PM.
Que fim levou?
Luiz Aurélio ainda se envolveu em uma briga de trânsito no meio de uma rua do bairro Santa Martha, em Vitória, em novembro de 2019. Um vídeo gravado na época mostra que o soldado, de folga naquele momento, estava sem a farda e brigou com outro homem. Durante a confusão, após a arma do PM cair no chão, um amigo dele pegou o dispositivo e deu dois tiros para o alto. Ninguém foi atingido. Em um determinado momento, o militar provocou o homem: "Você quer que eu puxo e atiro?".
Que fim levou?
A reportagem tenta localizar a defesa do ex-soldado da Polícia Militar Luiz Aurélio Coutinho Júnior. O espaço segue aberto para a parte.
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