O jovem de 17 anos que, armado com uma faca, invadiu uma escola e fez uma criança refém em Terra Vermelha, Vila Velha, tinha um histórico de problemas psicológicos. Depressivo, ele confidenciou a funcionários da Unidade Municipal Paulo César Vinha, pouco antes de invadir o local, nesta quarta-feira (30), que queria morrer e que não era amado por ninguém.
O garoto também comentou estar passando por momentos difíceis, como o término de um relacionamento. Disse que não se sentia amado, que estava em depressão, e saiu da escola dizendo que "ia fazer e acontecer".
"Eu ainda disse pra ele 'Meu filho, quem tira a vida é só Deus. Vamos lá para roça, vamos capinar, eu te arrumo algo para fazer'. Mas ele disse que não, que ele queria morrer", declarou Irenilza Soares, que trabalha na escola há mais de 20 anos. De acordo com ela, o jovem gostava de conversar e adorava ajudar na jardinagem.
"Ele sempre pedia para me ajudar na horta, não podia me ver que pedia para fazer algo. Nunca imaginei que ele estivesse passando por uma situação assim", completou
O garoto de 17 anos foi aluno da EJA (Educação de Jovens e Adultos), estudava no período da noite, mas abandonou os estudos no primeiro semestre deste ano. Segundo o diretor, ele tinha um diagnóstico de déficit de atenção e, por causa disso, possuía um acompanhamento de um profissional especializado na sala de aula.
À polícia, o jovem contou que tinha o sonho de ser militar, que foi desencorajado por uma professora. "Ele relatou que uma professora disse que ele jamais conseguiria alcançar esse sonho. Desde então ele criou este estigma da figura de professor e por causa disso invadiu a escola tendo um professor como alvo", explicou o cabo Leopoldino, que fez a negociação com o jovem para que pudesse liberar a criança e se entregar.
O cabo passou cerca de 30 minutos conversando com o garoto. Durante as conversas, o menino confidenciou gostar de crianças e querer ajudar o próximo. Ele também disse que tinha planos de criar grupos para arrecadar alimentos para comunidade local.
Apesar de não ter a confirmação da família, a polícia acredita que o jovem fazia uso de medicamentos controlados. Em conversa com o cabo Leopoldino, o garoto relatou ter, inclusive, tomado duas caixas de um remédio de tarja preta após uma discussão com a mãe.
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