Preso na última segunda-feira (18) em Goiás, Lucas Pinheiro Marchesi — vulgo Toto — é apontado como um dos responsáveis por fornecer armas e drogas para organizações criminosas do Espírito Santo, entre elas o Primeiro Comando de Vitória (PCV) e o Terceiro Comando Puro, que atuam na Capital.
À frente do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Romualdo Gianordoli explicou que o suspeito era "diferenciado" e não tinha contato com pequenos traficantes, o que dificultava as investigações, visto que estes são detidos mais frequentemente.
De acordo com a Polícia Civil, o criminoso já era um dos alvos da Operação Sicário — que teve a primeira fase deflagrada no final do ano passado e prendeu mais de 20 suspeitos. Depois, na segunda etapa, ele novamente apareceu na posição de quem fazia o aporte financeiro e fornecia drogas e armas.
"Ele não trabalhava com exclusividade, porque tinha toda a logística para comprar as drogas direto dos produtores, principalmente de Rondônia. Muito provavelmente, ele fornecia os entorpecentes e armamentos para a maior parte das organizações criminosas do Espírito Santo", afirmou Romualdo.
Ainda segundo o delegado, o criminoso se mudou para Goiânia (GO) quando ficou sabendo do mandado de prisão expedido contra ele. Para viver na cidade, Lucas Pinheiro Marchesi passou a adotar um registro civil falso. Ou seja, ele forjou o nascimento de outra pessoa, pela qual ele se passava.
"As falsificações usuais pegam uma identidade de uma pessoa que já existe. Neste caso, é como se ele tivesse nascido de novo. Ele tem uma identidade com o nome de Lucas Menezes dos Santos, que não existe. Para ter tirado a identidade (RG), ele precisava ter uma certidão de nascimento", explicou.
Embora estivesse vivendo na capital de Goiás como modo de dificultar as investigações e evitar a prisão, o traficante tinha uma vida de luxo. Na segunda-feira (18), ele foi preso pela Polícia Federal (PF-GO) na residência onde morava, em um condomínio de classe-alta da cidade.
Levantamentos também revelaram que o suspeito tinha outra casa e abriu uma empresa no município — tudo usando o registro civil falso. "Por esses fatores dá para ter ideia do capital que esse indivíduo tem. Com certeza, ele estava movimentando dinheiro ilícito", comentou o delegado Romualdo.
Após cerca de 20 dias de rastreamento feito pela Força-Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo, os policiais federais de Goiás conseguiram fazer a prisão preventiva de Lucas Pinheiro Marchesi, que segue sendo alvo de investigações que continuarão na Polícia Civil.
Atualmente, ele é investigado por pertencimento à organização criminosa armada e tráfico de drogas. Além da prisão em flagrante por portar documentos falsos. "Isso serve para mostrar que os alvos das operações Sicário que estão foragidos não estão esquecidos", garantiu o titular do DHPP.
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