Depois de ficar afastado por 274 dias cerca de nove meses devido a três licenças médicas, o sargento Clemilson Silva de Freitas acusado de apontar arma e bater em um frentista passou por uma nova avaliação nesta terça-feira (27) e continuará longe do trabalho, pelo menos, até o dia 26 de dezembro deste ano. As informações foram passadas na tarde desta terça pela Polícia Militar do Espírito Santo.
O primeiro e mais longo dos afastamentos teve início em 28 de janeiro cinco dias depois do policial apontar a arma e bater no rosto do frentista Joelcio Rodrigues dos Santos, em um posto de combustíveis na Praia de Itaparica, em Vila Velha. Câmeras de segurança flagraram as agressões. Veja o vídeo:
Alegando sigilo entre médico e paciente, a Polícia Militar nunca revelou por qual problema de saúde o sargento está afastado. Por nota, apenas informou que "o militar passou por avaliação médica e a licença foi renovada por mais 60 dias" e que ele "está respondendo a Processo Administrativo Disciplinar de rito sumário, em andamento na Corregedoria da Polícia Militar".
Durante todo o período em que não tem trabalhado devido às licenças médicas, o sargento Clemilson Silva de Freitas segue recebendo o salário. Pago com dinheiro público, o valor já soma mais de R$ 50 mil, conforme informações disponíveis no Portal da Transparência do governo do Estado. Vale ressaltar que esse é um direito previsto em lei.
Além do procedimento interno à Polícia Militar, o caso também chegou à Vara de Auditoria Militar em março, após a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ser acatada. No entanto, desde então, este foi o único andamento do processo no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
A primeira audiência sobre a atitude criminosa do sargento da PM está marcada apenas para o próximo dia 24 de novembro quando o crime já terá completado dez meses. Nos autos, Clemilson Silva de Freitas responde por três crimes: lesão leve, injúria real e ameaça, todos passíveis de detenção.
Na manhã do dia 23 de janeiro deste ano, o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos chegou para trabalhar no posto de combustível localizado da Praia de Itaparica e foi surpreendido pela presença do policial que o esperava e teria voltado ao estabelecimento para tirar satisfações por causa de um atendimento "ruim" prestado na noite anterior.
Segundo a vítima, o sargento começou a xingar e fazer ameaças depois do frentista pedir para que ele e a mulher descessem da moto para abastecer. Ato que é de praxe do local, por motivos de segurança. No outro dia, assim que bati o ponto, ele veio atrás e começou a me bater, contou Joelcio, na época.
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